CAMPANHA DE RESTAURAÇÃO DA SEDE DO IPCN!

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terça-feira, 21 de junho de 2011

Primeiro Museu de Iorubá do Rio de Janeiro

Pedacinho da África em Nova Iguaçu: cidade tem primeiro museu de Iorubá do Rio de Janeiro
Cíntia Cruz - Jornal EXTRA - 11/06/2011

Antonio Montenegro, o diretor do museu
(Clique na foto de Thiago Lontra / Extra, para ampliá-la)

Entrar no Instituto de Pesquisa Afro-Cultural Odé Gbomi, em Nova Iguaçu, é como estar em casa. A música ambiente, a recepção seguida de um bate-papo educativo e os quitutes servidos diferenciam a instituição, que foi elevada à categoria de museu recentemente.
Há três anos, o espaço realiza palestras, cursos, oficinas, e abre ao público um acervo com cerca de 300 peças de cunho africano. O reconhecimento, no entanto, só veio há um mês.
— Depois de participarmos da 9 Semana de Museus, fomos reconhecidos pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), no dia 18 de maio, e identificados como único museu de cunho iorubá do Rio — comemora o diretor do instituto, o babalorixá Antônio Montenegro.
Cercado por livros, esculturas e jóias africanas, Antônio justifica a procura pela instituição, principalmente de professores da rede pública.
— Nosso museu é bem atípico para que pessoas se sintam em casa. Tem comida e música para mostrar que a simplicidade do povo iorubá continua.

O Museu Odé Gbomi fica na
Rua Carlos Acyole, 288, no Valverde, em Nova Iguaçu.
Telefone: 3766-6729.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Assinatura de Decreto que determina reserva de vagas para negros e índios em concursos públicos

O Governador do Estado do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral

o Vice Governador e Secretário de Estado de Obras
Luiz Fernando de Souza Pezão

a Ministra-Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial
Luiza Helena de Bairros

e o Secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos
Rodrigo Neves

estarão presentes para a cerimônia de

Assinatura de Decreto que determina reserva de vagas
para negros e índios em concursos públicos
destinados ao preenchimento de cargos efetivos na
Administração Pública Direta e Indireta
do Estado do Rio de Janeiro.


O evento será realizado às 10h do dia 06 de junho de 2011,
segunda-feira, no Auditório do Prédio Anexo do Palácio Guanabara,
na Rua Pinheiro Machado, s/nº, Laranjeiras,
Rio de Janeiro / RJ.

*O acesso será restrito a convidados.


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Adeus, Prof. Dr. José Flávio Pessoa de Barros

"Mais um Amigo Guerreiro de Fé e Referência que deixa também bandeiras de luta para que continuemos...Nós vamos continuar, Amigo..."
(Memorial Lélia Gonzalez)

Nota de Falecimento
É com extremo pesar que comunicamos o falecimento do amigo e colaborador Prof. Dr. José Flávio Pessoa de Barros. Informamos que o enterro acontecerá no dia 31/05, às 10:00h, no cemitério de Jacarepagua- Pechincha Rua Retiro dos Artistas nº 307 , na Capela B
recebido em 30 maio 2011 - 11:45
De: NUCLEAS UERJ -

José Flávio Pessoa de Barros- Doutor em Antropologia – USP- Pós-doutor em Antropologia – Universidade de Paris V- Professor adjunto aposentadoda UERJ e da UFRJ- Babalorixá- AMIGO
Para mais:Prof. José Flavio Pessoa
Combatente sem trégua à intolerância religiosa, à corrupção e à exclusão social
Algumas obras publicadasA página no FaceBookA página de candidato 2010 pelo PSBNa Faculdade de Teologia UmbandistaWikipedia.pt

ASSISTA AOS VÍDEOS SOBRE "RELIGIOSIDADE AFRO-BRASILEIRA"
- AULAS DO PROF. FLÁVIO PESSOA -
NO RODAPÉ DESTE BLOG


Informe recebido do Memorial Lélia Gonzalez

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Adeus a ABDIAS NASCIMENTO (1914/2011)


IPEAFRO informa e agradece as mensagens de condolências

Abdias Nascimento

O corpo do Professor Abdias Nascimento será velado na

Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano nº 1 – Cinelândia),

nesta quinta-feira, dia 26/05,
no horário das 18h. às 23h., e
na sexta-feira, dia 27/05,das 6h. às 11h.




http://www.ipeafro.org.br/home/br
http://www.abdias.com.br/
http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2011/05/jornalistas-lancam-premio-abdias-nascimento

sexta-feira, 6 de maio de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

MARCELO DIAS É O NOVO SUPERINTENDENTE DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

DIÁRIO OFICIAL PARTE I - PODER EXECUTIVO ATOS DO GOVERNADOR DECRETOS DE 01 DE ABRIL DE 2011 O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, em exercício, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, RESOLVE: EXONERAR, com validade a contar de 01 de março de 2011, MARIA JOSÉ MOTA, matrícula nº 0944085-0, do cargo em comissão de Superintendente, símbolo DG, da Superintendência de Igualdade Racial, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos. Processo nº E-23/607/2011. NOMEAR MARCELO DIAS para exercer, com validade a contar de 01 de março de 2011, o cargo em comissão de Superintendente, símbolo DG, da Superintendência de Igualdade Racial, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, anteriormente ocupado por Maria José Mota, matrícula nº 0944085-0. Processo nº E-23/607/2011.

Recebido por e-mail

quarta-feira, 30 de março de 2011

Coleção História Geral da África está disponível para download

Clique na imagem acima para obter melhor visualização

Clique no link aaixo para ler mais sobre o assunto



Recebido por e-mail: Palmares <noticias@palmares.gov.br>

quarta-feira, 23 de março de 2011

sábado, 19 de março de 2011

Eleições no IPCN

Favor divulgar!
Conforme deliberado pela Comissão Eleitoral, nesta segunda feira 21 de março de 2011, das 19 às 20 horas, será feita a apresentação das Chapas que concorrerão à eleição do dia 14 de abril, para comporem a nova Diretoria do IPCN. Compareça, leve mais alguém com Você. Esta eleição é muito importante para a história de nossa Instituição.
A Comissão de Restauração

Recebido por e-mail: Recuperação do IPCN ipcn.recuperacao@gmail.com

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Entrevista - Ministra da Igualdade Racial


Para Bairros, relação com forças não-partidárias é desafio

Por: Redação - Fonte: Afropress - 14/2/2011
S. Paulo - Na primeira entrevista exclusiva concedida à Afropress, a nova ministra, socióloga Luiza Bairros, admitiu que a relação da SEPPIR com a parcela do Movimento Social Negro que não se pauta pela agenda dos Partidos, não é uma questão fácil de ser resolvida.
“Olha, esse é um desafio muito grande”, afirmou, em resposta a uma pergunta encaminhada pelo diretor do Olodum, João Jorge Rodrigues, que quis saber como será a relação da SEPPIR, na sua gestão, com entidades como a Educafro, o Olodum, o Ilê Ayê, entre outras, que não estão vinculadas aos Partidos, nem se pautam pela lógica partidária.
Embora ela própria seja filiada ao Partido dos Trabalhadores, sua escolha para o cargo vem sendo vista por setores do Movimento Negro como uma inflexão no monopólio que lideranças negras organicamente vinculadas aos partidos – especialmente o PT e o PC do B - mantiveram na SEPPIR, desde a sua criação.
Na leitura desses analistas, a ministra estaria mais próxima às Organizações Não-Governamentais (ONGs), à cujo trabalho se vinculou desde que deixou o Movimento Negro Unificado (MNU), em 1.984, o que explicaria o fato de que lideranças do PT e do PC do B, que ocupavam postos-chaves na Secretaria estarem sendo substituídas.
Segundo Luiza Bairros uma das alternativas na sua gestão será “agregar ao Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, os setores de acordo com as características de sua atuação” “sem desrespeitar a representatividade dos que estão dentro”.
Ela citou, em especial, a Associação Brasileira dos Pesquisadores Negros e a Rede Nacional de Religiões Afro de Saúde. “Você não pode substituir uma coisa pela outra”, acrescentou.
Em resposta a pergunta da Assessora de Ações Afirmativas de Botucatu, Conceição Vercesi, disse que o Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial (FIPPIR), que reúne Estados e municípios, voltará a ter centralidade na sua gestão.
Leia a 2ª parte da entrevista ao editor de Afropress, jornalista Dojival Vieira, em que respondeu a questões encaminhadas por lideranças representativas como João Jorge, do Olodum, Eduardo Silva, da Comissão da Igualdade da OAB/SP, Ivan Seixas, do CONDEPE/SP, Reginaldo Bispo, do MNU, Magno Lavigne, da UGT, Conceição Vercesi, de Botucatu, e da jornalista Clarisse Monteagudo, do Jornal Extra do Rio.
Afropress -
O doutor Eduardo Silva, presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB/SP, está encaminhando para a senhora a seguinte questão:O artigo 59 do Estatuto diz que o Poder Executivo criará instrumentos para aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei. A pergunta dele é: a senhora já tem idéia de quais serão esses instrumentos?
Ministra - Eu estou aqui relendo esse artigo 59 para poder me situar melhor em relação a pergunta que o doutor Eduardo mandou. Isso aqui tem a ver com a questão do monitoramento das políticas públicas.
Na verdade é mais do que monitoramento, é monitoramento e avaliação, que é exatamente uma dimensão que é bem pouco tratada, ainda é pouca tratada no Estado brasileiro e menos tratada ainda nessa área que agente opera da promoção da igualdade racial.
Para você fazer esse monitoramento, quer dizer, como você afere os efeitos positivos ou negativos de uma política sobre a população negra, é preciso que você tenha, prá determinadas políticas ou programas que você selecione, alguns indicadores, que seriam indicadores desagregados por raça.
Então prá eu poder saber exatamente, vamos dizer como é que... qual o exemplo que poderia dar? Vamos dizer o PROUNI. Qual é o tipo de impacto que o PROUNI tem sobre a inserção da população negra no ensino superior, é preciso que eu tenha, em primeiro lugar medido, qual era a situação antes do PROUNI acontecer, e depois do PROUNI, em o PROUNI acontecendo, como é que eu vou ter indicadores de estudantes negros de famílias de tal classe de renda; estudantes negros do sexo feminino de determinadas regiões etc. Então é esse tipo de coisa que tem nos faltado ainda.
Nós temos, inclusive, aqui na SEPPIR discutido bastante a esse respeito. Já existe aqui instituída uma Câmara, não é Câmara, é Comitê de Avaliação e Monitoramento do Plano de Igualdade Racial e agente está estudando formas, inclusive, de fazer com que, na verdade, quem realize esse trabalho seja o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, porque lá você tem uma representação um pouco mais robusta de sociedade civil, para além do Governo.
E aí, sim, é que entra um trabalho político muito forte de fazer com que nessas políticas, que nós selecionarmos para avaliação e monitoramento, os Ministérios que as executam concordarem em utilizar esses indicadores desagregados por raça. Isso é o cerne da nossa dificuldade, não é? É o cerne da nossa dificuldade porque, em incorporando esse tipo de indicador, é óbvio que fica todo mundo mais visível do ponto de vista do que é o resultado de sua ação. Então, não é muito tranqüilo você convencer os seus pares na adoção desse tipo de coisa.
Mas, é... quer dizer, a SEPPIR já tem oito anos e é em cima desses oito anos aí que agente vai ter de ver o que foi capaz, realmente, de produzir realmente nessa direção.
Afropress - Ministra, a Conceição Vercesi, ela é assessora de Políticas de Promoção da Igualdade e Ações Afirmativas da Prefeitura de Botucatu, interior de S. Paulo. Ela, primeiramente, parabeniza a sua assunção ao cargo, deseja sucesso e sabedoria. A pergunta dela é a seguinte:
Gostaria de saber de que forma a Ministra pretende se aproximar dos municípios e como a SEPPIR pode estabelecer um canal de diálogo direto com os mesmos, não para atendimento de demandas específicas de cada um, mas para fortalecimento. Muitos municípios e posso falar por Botucatu tem feito a lição de casa na Promoção da Igualdade, conforme Relatório de Gestão encaminhado a SEPPIR em Dezembro de 2010. Sei que a Conferência Nacional é um canal eficiente e muito bem elaborado, mas ela precisa ter continuidade e monitoramento após sua realização.
Ministra - Ok. Eu acho que a Conceição traz aqui uma questão bastante importante prá gente. Então, o que é que acontece? Você tem nesse Estatuto uma definição em relação a que se formule um Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Com todas as críticas que, legitimamente, eu acho que são colocadas, em relação ao Estatuto, acho muito importante recuperar essa coisa que ele traz desse Sistema.
Porque agente tem a partir disso aí a possibilidade de fazer com que agente pense a promoção da igualdade racial, articulando as competências de todos os atores. Qual é o papel do Governo Federal, qual é o papel dos Estados, qual é o papel dos municípios.
E ao fazer isso – é uma coisa que agente tomou um pouco a discussão que já estava sendo feita na gestão anterior e está agora buscando dar uma ampliada nisso aí, até para poder agregar outros atores na discussão, porque isso vai, necessariamente, levar a retomada do fortalecimento do Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial, que é o FIPPIR, que é um processo que foi, de uma certa forma interrompido, com a saída da ex ministra Matilde Ribeiro, que é esse trabalho de investimento mesmo nos municípios e nos Estados para que eles sejam os executores mais diretos dessa política.
Quando agente retoma essa discussão pela via do sistema, o FIPPIR vai novamente ganhar centralidade na SEPPIR.
Uma das coisas que agente tem pensado – e aqui é muito uma questão que eu fico pedindo as pessoas que nos dêem só mais um pouquinho de tempo prá agente conseguir acertar essas prioridades aqui, para que possamos, a partir de março então, já começar o diálogo, retomar, na verdade, o diálogo com os governos estaduais, e com os municípios onde esses organismos já existem com uma certa robustez, para que agente dê uma fortalecida nisso primeiro, e esses possam servir como efeito demonstração para os demais.
E é dentro dessa perspectiva, inclusive, agente está pensando, que vai ser um ano de corte no orçamento, então agente vai ter de utilizar isso com um direcionamento muito bem alinhado.
Uma das coisas que eu penso – e isso ainda vai ser objeto de discussão com a direção aqui da SEPPIR – é exatamente de agente fazer alguns convênios com esses municípios, esses Estados, onde o trabalho já está um pouco mais adiantado, para que nós possamos, através desses convênios, não apenas facilitar determinadas ações, onde nós repassaríamos algum recurso, para facilitar algumas ações no sentido de equipar esses lugares, para que eles possam ter as condições de trabalho que são necessárias, porque por incrível que pareça nem sempre isso acontece, para que possam ter recursos para contratação de profissionais que possam auxiliar na formatação de seus próprios planos de igualdade racial, e assim por diante. Então, isso, realmente, está efetivamente no nosso radar.
E agente vai, a partir de março, já colocar essas idéias na rua.
Afropress - Ministra, o João Jorge, o nosso companheiro do Olodum, que a senhora conhece bem, lá de Salvador, ele gostaria de saber como é que a senhora pretende se relacionar, a frente da SEPPIR, com os setores não partidários do Movimento Negro. Nós sabemos que existem várias entidades que não pautam sua atuação pela discussão política e pela agenda dos partidos. Ele, inclusive na pergunta, cita Educafro, o próprio Olodum, o Ilê, cita a Afropress, e gostaria de saber como é que a senhora pretende se relacionar com esses setores.
Ministra - Olha, esse é um desafio grande, muito grande, porque na verdade, você tem instituído na SEPPIR os mecanismos de relação com a sociedade civil que é o Conselho, que é o Conselho Nacional, que inclusive, foi recomposto no final da gestão passada, a partir de uma chamada pública onde se credenciaram organizações que são consideradas de caráter nacional.
Acontece que essas organizações de caráter nacional, elas não tem, digamos, a capacidade de trazer dentro de si todas as expressões do movimento negro brasileiro.
Então, fica de fora dessa representação, organizações individuais que tem uma expressão política muito grande no Brasil, mas que não se constituem como nacionais. Então, isso é uma outra parte. Estou levantando essas coisas prá gente ver que agente navega num terreno, que é um terreno sempre contraditório, não tem nada muito tranqüilo aqui prá ser visto
Afropress - Nada é fácil prá nós.
Ministra - Não, não tem sido. Não tem sido, infelizmente.
Ministra – Prá você ter uma idéia a Associação Brasileira dos Pesquisadores Negros não está no Conselho, a Rede Nacional de Religiões Afro de Saúde não está no Conselho. Então, você tem entidades representativas dentro do conselho, mas tem outras entidades representativas fora do Conselho.
O que você tem de fazer? Você vai ter de agregar esses setores de acordo com as características da sua atuação no interior da sociedade brasileira. E fazer isso sem desrespeitar a representatividade que esses setores da sociedade civil que estão dentro do conselho devem ter, ok? Você não pode substituir uma coisa pela outra.
Então, o que agente tem procurado fazer? Em primeiro lugar estou esperando que aconteça a primeira reunião do Conselho Nacional, que deve ser agora no início de março. Era para ter sido no início de fevereiro, mas por conta do Fórum Social e por conta também de agente querer, quando o Conselho chegasse, se apresentar com uma cara um pouco mais arrumada, resolvi transferir isso prá março.
Vamos ter essa primeira reunião com o Conselho, discutir com o Conselho uma série de coisas. O Conselho é dividido em Câmaras temáticas ou comitês temáticos, a depender dos assuntos que existam prá tratar.
E aí agente vai, na medida desse diálogo que tenhamos com ele, verificar a possibilidade de, para determinados temas, também chamar outros setores para opinar, para colocar suas próprias reivindicações, suas próprias visões de como determinadas visões devam ser tratadas pela SEPPIR.
Só para exemplificar, a gente quer fazer aqui uma avaliação do que são as iniciativas diretas da SEPPIR nessa área de Educação, por exemplo, e para fazer isso, agente vai chamar a ABPN [Associação Brasileira de Pesquisadores Negros], entendeu?
Quer dizer, para além dos setores que estejam no Conselho trabalhando com esses assuntos agente chama a ABPN também, para vir, para dizer prá gente, vamos reforçar determinadas áreas, vamos desistir de determinadas coisas, quer dizer, esse tipo de opinião é importante.
Então é nesse sentido e dessa forma que agente pretende ir agregando, os olhares etc. Tem, inclusive, nessa área de vocês aí da comunicação, tem uma reivindicação que está posta também com relação a isso; a juventude hoje, por sinal, hoje vou estar recebendo um dos setores dessa juventude negra que também quer esse tipo de diálogo. Então, agente vai montando esse quebra cabeça, aí, no decorrer.
Afropress - Ministra, o Presidente do CONDEPE de S. Paulo, o CONDEPE é o Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana, Ivan Seixas, encaminhou a seguinte questão para a senhora.
A senhora deve ter acompanhado, os episódios envolvendo atos de violência mesmo, baseados na discriminação racial, contra negros nos supermercados contra negros nos supermercados, praticados por seguranças, especialmente.
O Ivan, o CONDEPE, que está acompanhando esse caso, que está também solidário e apoiando essa luta no sentido de se fazer justiça, pergunta a senhora ministra, o que a SEPPIR e a senhora como ministra, o que pode ser feito, no sentido não só, da solidariedade ativa e efetiva, mas também no sentido da SEPPIR ser um instrumento para coibir essas ações, que acontecem cada vez com mais frequência nas relações de consumo.
Nós sabemos que as empresas de segurança, todas elas operam por licença do Ministério da Justiça, e nós sabemos também que, lamentavelmente, esses seguranças são totalmente despreparados para lidar com as pessoas e continuam, assim como a polícia, também vendo o negro como suspeito padrão.
Então a pergunta dele é nesse sentido. O que a senhora como ministra pode fazer no sentido de que essas questões definitvamente sejam resolvidas, não aconteçam mais violências, mais humilhações contra ninguém, muito menos contra os negros, a partir dessa visão, ainda muito arraigada, do negro como suspeito padrão.
Ministra – Você citou aí, dois casos emblemáticos que aconteceram em redes de supermercados, mas agente ainda teria de acrescentar aí os bancos também, que é um outro espaço, onde se revela o tipo de inadequação da presença negra num determinado lugar, não é verdade.
Nós somos inadequados para os bancos, nós somos inadequados para os supermercados, somos inadequados para qualquer tipo de lugar, no qual historicamente, a presença branca foi predominante.
O que agente está querendo ver, se utiliza até como fator de motivação, a ocorrência esse ano do Ano Internacional dos Afrodescendentes, que é exatamente no sentido de fazer o seguinte. Olha, vamos ver o que é possível prá chamar esses setores, quando digo esses setores estou falando da Federação dos Bancos, as empresas de segurança privada, as instituições policiais, e a nossa chamada para esse ano é uma chamada no sentido do que cada setor pode fazer para que agente supere esse tipo de situação.
É algo que nós faríamos independente do ano, mas já que o ano foi instituído, vamos tentar ver como é que agente utiliza simbolicamente em nosso favor essa chamada, para poder fazer com que esses setores se coloquem no lugar onde devem se colocar, que é de exatamente coibir esse tipo de atuação dos seus funcionários, dos seus empregados, que se coloca dentro daquilo que agente convencionou chamar de racismo institucional mesmo.
Então, eu acho que é por aí que agente tem de caminhar. As Centrais sindicais, tive oportunidade de encontrar com representantes, já falei a respeito disso, porque acho que as centrais sindicais vão ter de nos ajudar também nesse sentido, entendeu?
Porque se trata da ação de trabalhadores e nós vamos ter que achar, a partir das Centrais, a partir dos sindicatos e das associações patronais qual é o tipo de responsabilidade que cada um vai assumir no combate a esse tipo de comportamento, que é violência, que é um comportamento baseado na violência racial. Eu acho que o leque de intervenção nosso aqui, é imenso.
Uma coisa que eu acho importante que tem acontecido nesses últimos casos, e que acho que convém registrar é que nós temos cada vez menos casos passando desapercebidos.
Porque você já tem nos Estados, a organização do Movimento Negro, a existência de profissionais na área do Direito, a existência de Conselhos, comitês, coisas desse tipo, instituições como a OAB, ou em órgãos governamentais como Secretaria de Justiça etc, tudo isso, acho que tem contribuído para que exista uma pronta resposta, uma resposta mais imediata e acho que isso tem que ser contabiizado no quadro dessas mudanças recentes pelas quais agente tem vivido.
Porque não apenas o racismo se acirra, o racismo se acirra, e muito, é justamente por conta da capacidade de resposta nossa que aumenta. Ele tem isso como característica. Ele como fenômeno social ele tem essa elasticidade. Quanto mais você se prepara para combater, mais ele vai encontrando lugares e formas de se manifestar.
Eu acho muito bom que agente esteja cada vez mais preparado para ir respondendo, mas sabendo que, à altura da nossa resposta, também virão outras manifestações.
Afropress - O presidente da Central Sindical, a UGT, Ricardo Patah, que também preside o Sindicato dos Comerciários, que é um Sindicato pioneiro na defesa de cotas, inclusive, cotas nas negociações dos acordos coletivos de trabalho, pediu para transmitir a senhora o convite para que a senhora visite o Sindicato dos Comerciários, onde há uma Secretaria da Diversidade Humana, na Central, que é a terceira central sindical mais importante do país, e o Sindicato também de S. Paulo, com uma base de 450 mil trabalhadores, se sentiria muito honrado segundo Patah, e nós, todos de receber sua visita.
Ministra - Vamos ver. Na próxima oportunidade que acontecer. Eu já tive, na verdade, convite da parte deles, para participar de atividades ainda quando morava na Bahia. Então, acho que, na medida que agente consiga outras oportunidades, também podemos seguir nessa conversa.
Afropress – À propósito da Bahia...
Ministra – Olha, gente tem uma pessoa aqui que está me esperando, que é uma pessoa do Movimento Negro, que depois vai dizer que eu deixei meia hora sentada na sala de espera.
Afropress - Perfeito.
Ministra – Essa é a última, não é?
Afropress - O Magno Lavigne pergunta se a senhora pretende mudar os critérios de participação no CNPIR [Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial], onde só está presente a CUT – as demais Centrais não se fazem representar.
E já encadeando prá facilitar a sua tarefa, eu gostaria de saber que mudanças a senhora pretende fazer, já que foram feitas algumas mudanças essa semana de dirigentes, se sua equipe já está composta definida; se da equipe anterior fica alguém, se mantém alguém. Como é que a senhora pretende encaminhar isso.
Ministra – Bom, já que você disse que era a última pergunta vou me dar o direito de responder apenas uma pergunta. Na verdade, existe um critério que foi adotado por todos os ministérios na composição dos conselhos, que são essas chamadas públicas que descrevem alguns critérios e características que as organizações devem ter para poder se credenciar para participar do Conselho.
Eu acho que é uma questão, nesse sentido, é que entraram organizações que não são.... organizações do tipo sindicais, organizações estudantis nacionais, a UNE também faz parte dessa nova composição do Conselho.
Essa composição, ela vai permanecer pelo tempo que terá de permanecer, que são dois anos, o mandato é um mandato de dois anos. Então, nós só poderemos rediscutir esses critérios para a chamada das organizações ao final desse período, né?, que agente vai ter efetivamente que honrar isso, para saber exatamente com que tipo de critério que se vai trabalhar.
Se você teve uma central sindical durante dois anos, se nos próximos dois anos essa representação sindical seria dada por outras centrais. Então, isso é uma coisa que no momento agente certamente vai colocar em discussão.
Afropress - Ministra, quero agradecer a sua atenção e desejar a senhora, mais uma vez, uma excelente gestão e colocar a Afropress à sua disposição. A Afropress é um veículo independente. Estamos há cinco anos fazendo jornalismo com foco na temática étnico-racial brasileira, combatendo o racismo, fazendo jornalismo, especialmente. Portanto, gostaria de colocar o veículo à sua disposição. A SEPPIR é a principal pauta nossa, por razões óbvias.
Nós gostaríamos de, ao colocar à disposição, pedir que se estabeleça uma relação mais fluída, mais frequente, mais direta, com mais confiança de ambos os lados, para que possamos contribuir para o avanço dessa causa, que é de todos nós.
Ministra - A nossa intenção é essa também. Agora, como eu disse, eu passei esse primeiro mês aqui, ainda com a equipe da gestão anterior, que é uma coisa que eu achei que deveria deixar que as pessoas permanecessem, não só prá gente poder fazer esse processo de transição de uma forma mais completa possível, mas também prá dar as pessoas o tempo que elas necessitavam para se organizar, para poder sair daqui e abraçar outras oportunidades.
Então, esse é o primeiro mês.. O segundo mês é o da chegada mesmo da minha equipe, que é quando agente vai alinhar as ações, a forma de atuação etc. Dentro desse alinhamento existe também uma mudança que agente quer provocar no setor de comunicação da SEPPIR, porque você não tinha uma comunicação voltada para essa relação, percebe?
É um setor de comunicação voltado para dentro do ministério, não para fora dele. Então esse é o tempo também que eu preciso para poder fazer esse realinhamento de maneira que vocês, possam ter com o setor de comunicação daqui uma relação que alimente do ponto de informações, e coisas desse tipo.
Tá bom?
Afropress - Um abraço prá senhora, e sucesso.
Ministra - Está bom, obrigado.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ELEIÇÕES NO IPCN

A Comissão Eleitoral (Francisco Manoel Pereira Costa Filho (Chicão); José dos Santos Oliveira; Robson Luis Monsueto; Ubiratan Jesus Ramos (Stevie); Flavio Gomes e tendo como suplente Roselene Sérgio Ribeiro) enviou o cartaz da eleição. Estamos programando de última hora um Bloco Carnavalhesco - Os Dragões da Riachuelo - juntamente com o Botequim intinerante do Beco do Rato, para o dia 20 de fevereiro na Mem de Sá.
DOMINGO - 20 FEVEREIRO – MEM SE SÁ 208, A PARTIR DAS 11H, será uma ótima oportunidade para agilizarmos o cadastramento.


Recebido de Benedito Sérgio por e-mail (quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011 12:41).

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Roberto Delanne [memória]

Roberto Delanne
Esta página está feita em memória a Roberto Delanne e tem a intenção de fazer o que não se conseguiu “mais formalmente”: finalizar as buscas do paradeiro de Roberto Delanne e fazer ampla divulgação dos fatos que envolveram seu desaparecimento.
O começo da busca:
Roberto Delanne desapareceu de sua casa em Imbariê, em 17 de março de 2006. Em abril do mesmo ano, foi formado o Grupo de Trabalho Roberto Delanne (GT-Delanne) com a incumbência de buscar fatos que pudessem explicitar os acontecimentos até encontrar o corpo do professor, amigo, cidadão, contribuinte e militante do Movimento Negro, Roberto Delanne, cujo corpo jamais foi localizado pelas autoridades policiais, como tantos milhares de desaparecimentos.
Documentos - cartazes e divulgação
Documento apresentado a autoridades
Homenagem
Homenagem na abertura do evento "Lançamento dos Cadernos CEAP" - vídeo com pequeninas tomadas (em camara fotográfica) da abertura do evento "Lançamento dos Cadernos CEAP", em 2006-05-15, na ABI, que abriu espaço para homenagear Roberto Delanne. Januário Garcia fez a chamada nominal de cada entidade participante do GT-Delanne e falou da importâncias de Roberto Delanne. Ao transcorrer o evento do CEAP, Vanda Ferreira fez louvor ao nome de Delanne.
Januário Garcia é o porta-voz da homenagem
Visibilidade
Membros do GT sempre estiveram presentes em eventos lembrando sobre a tarefa que tinham assumido. Etiqueta para peito em eventos – visibilidade permanente.
Um ano depois:
  • Homenagem na ABI, iniciativa de André Malraux e jornalistas
Três anos depois:
Em setembro de 2009, “os remanescentes” (desde 2007) tentaram “fechar” os trabalhos. Nesse momento, o GT-Delanne (apenas com "remanescentes") já tinha acesso ao Inquérito e tentou um evento (Projeto Ponto Final) para o qual não conseguiu financiamento.
Que Delanne descanse em Paz, na plenitude das verdades de Zumbi, Biko e tantos e tantas mais que lutaram para a eliminação do racismo.
  • Um poema de Delanne: Mulher, que escolhemos para marcar o mês de março de seu desaparecimento.

sábado, 15 de janeiro de 2011

ATA DA REUNIÃO PLENÁRIA DO IPCN - 11.01.2011

ATA DA REUNIÃO PLENÁRIA DO INSTITUTO DE PESQUISAS DAS CULTURAS NEGRAS-IPCN
No dia onze de Janeiro de dois mil e onze, com início às dezenove horas e trinta minutos, foi realizada uma Reunião Plenária do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras-IPCN no CEDIM –Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher, localizado na Rua Camerino, 51-Centro – RJ.Tendo como pauta o Processo Eleitoral. A reunião foi aberta pela atual presidenta Maria Alice Santos que informou aos presentes sobre as dificuldades encontradas para a legalização do Estatuto, vigente, já que este foi recusado pelo Cartório pois, sendo do ano de 1983, já teria passado do prazo de validade. Foi conseguida através do Cartório, cópia mais recente, que pelo preço de R$ 200,00 foi legitimada, daí, estamos tentando adequar este Estatuto a nossa realidade. Ainda, segundo Maria Alice, o Processo eleitoral deveria acontecer a alguns meses atrás, porém, como a questão do Estatuto não havia sido resolvida, o processo ficou prejudicado, já que, se fôssemos trabalhar, sem a legalização do Estatuto não obteríamos resultados. Este momento é para discutir o funcionamento da casa, a legitimidade, resolver pendências e trazer o associado de volta para a Instituição, já que a falta de quorum prejudicou bastante o andamento dos trabalhos. Esta Diretoria tem como objetivo de organizar o Processo Eleitoral, e para que este processo aconteça, alguns itens terão de ser cumpridos. Quanto à questão do pagamento das mensalidades, foi feita uma anistia, prevista pelo Estatuto que só prevê uma. O associado Ailton Benedito disse que a atual Diretoria não existia, por já ter terminado seu mandato, sendo portanto ilegítimo o comando da reunião e que todos deveriam estar no mesmo plano. A companheira Adélia, questionou sobre o prazo para abertura do processo eleitoral como também a situação dos sócios. A atual Diretora Cultural Christina, falou sobre as dificuldades encontradas para se conseguir os documentos da Instituição, devido às condições precárias do Instituto. Benedito Sérgio disse que estava preocupado com a criação de uma Comissão voltada para o Processo Eleitoral. Ailton Benedito propôs eleger uma Comissão para substituir a atual Diretoria, já que o prazo da Direção atual estava vencido, e abrir o processo eleitoral. Adélia disse que quando os documentos não são passados é porque servirão para algumas teses que virão por aí. Temos que fazer o que é legítimo, e que ela, faz parte da geração que ajudou ao IPCN e, todos os que roubaram a Instituição são figuras proeminentes. Gostaria de achar uma solução, já que os que mais ajudaram não tem o título de doutor. O companheiro Chicão disse que se afastou devido à formação de “negros profissionais” e que o momento é de reflexão. Temos que salvar a nossa geração,nos juntando contra os “negros profissionais”. Propõe fazer uma lavagem e a criação de um novo IPCN. O companheiro Paulo disse que está feliz por está presente à reunião de hoje.A solução está aqui hoje.Teremos de fazer um esforço para se construir tanto físico como politicamente.Temos gás para seguir em frente e nos organizar em termos políticos e em termos formais, recuperar as condições básicas de funcionamento.Propõe a criação de uma Comissão Eleitoral, para recuperar a nossa história. O companheiro Oliveira pede para que as pessoas desarmem os espíritos e partir para a prática do trabalho já que na gestão anterior o Presidente ficou dois anos sozinho trabalhando para reconstruir a Instituição. O momento agora é de união.A Diretoria está presente para fazer a passagem para a próxima. Temos que ter consciência dando um passo mais forte iniciando o Processo Eleitoral. A companheira Berenice diz que foi para esta reunião sabendo que a pauta seria a criação da Comissão Eleitoral, pois, segundo ela, o mandato da atual Diretoria já havia vencido. O atual Diretor Administrativo Adagoberto informa que estamos legitimados como Direção interina, a luz do Estatuto. A presidenta Maria Alice diz que o IPCN abre portas para interesses pessoais, já que na presente reunião foi constado entre os presentes não apenas sócios da Instituição mas pessoas agregadas, pertencentes à Comissão de Obras, mas que ela não ia ficar no desgaste. Se tivessem de modificar, que modificassem o que estava escrito pelo Estatuto. Benedito Sérgio propôs que além de eleger os membros da Comissão Eleitoral, que se votasse também que atual direção continuasse interinamente até as eleições e posse da nova Diretoria eleita. Os integrantes da Comissão de obras e outros companheiros presentes que não eram filiados a Instituição, assinaram a ficha de filiação tendo como conseguinte, direito a voto. A proposta que foi votada teve o seguinte enunciado: “Eleger os membros da Comissão Eleitoral e que a atual Direção continuasse interinamente até a eleição e posse da próxima Diretoria”. Esta proposta foi aceita pela maioria, tendo apenas uma abstenção do associado Ailton Benedito, sendo que em seguida, elegeram-se os integrantes da Comissão Eleitoral composta por: 1-Francisco Manoel Pereira Costa Filho (Chicão); 2-José dos Santos Oliveira; 3-Robson Luis Monsueto; 4-Ubiratan Jesus Ramos (Stevie); 5-Flavio Gomes e tendo como suplente Roselene Sérgio Ribeiro. A Comissão Eleitoral eleita se reunirá para traçar as normas, data, e todos os procedimentos necessários para que ocorra a eleição, referendada pelo Estatuto vigente da Instituição (parte 1/3, parte 2/3, parte 3/3). A reunião se encerrou às vinte e uma horas e cinqüenta minutos. Rio de Janeiro, onze de Janeiro de dois mil e onze. Eu, Maria Christina Ramos Silva –Diretora Cultural Interina do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras, IPCN, lavro e assino esta Ata.


Estiveram Presentes à Reunião:
ADAGOBERTO ARRUDA
ADÉLIA AZEVEDO DOS SANTOS
ADILSON AGUIAR XAVIER
AILTON BENEDITO DE SOUZA
ANGELICA SEBASTIÃO (ANGÉLICA BASTHI)
BENEDITO SÉRGIO DE ALMEIDA ALVES
BERENICE DE AGUIAR SILVA
ELIANE DE JESUS SILVA
FLAVIO GOMES
FRANCISCO MANOEL PEREIRA COSTA FILHO (CHICÃO)
JOSÉ DOS SANTOS OLIVEIRA
MARIA ALICE SANTOS
MARIA CHRISTINA RAMOS SILVA
MARILZA MARIA SANTOS DE OLIVEIRA
MIRIAM OLIVEIRA CORRÊA
PAULO DA SILVA SANTOS
PEDRO PAULO DA SILVA
ROBSON LUIS MONSUETO
ROSELENE SÉRGIO RIBEIRO
UBIRATAN JESUS RAMOS (STEVIE)

sábado, 1 de janeiro de 2011

LUIZA BAIRROS - Agora, Ministra da Igualdade Racial do Brasil

Luiza Bairros, de 57 anos, é gaúcha de porto Alegre e uma das fundadoras do Movimento negro unificado (MNU). Fez sua graduação em Administração pública e Administração de empresas, no sul, e pós-graduação em Sociologia, na Michigan State University, nos estados unidos. Moradora de Salvador há mais de 30 anos, tornou-se pesquisadora associada do Centro de Recursos humanos/ CRH, da universidade Federal da Bahia (UFBA) e fundou, em parceria com a Conferência nacional de Cientistas políticos negros (uma organização norteamericana), o Projeto Raça e Democracia nas Américas, que promove a troca de experiências entre estudantes de pós-graduação afro-brasileiros e pesquisadores afro-norte-americanos. Luiza também foi professora de Sociologia da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Salvador (UCSAL). Em 2008, trouxe para dentro do estado da Bahia toda a sua experiência na luta contra o racismo e o seximo, à frente da Secretaria de promoção da Igualdade, criada em 2006. Agora, como Ministra da Igualdade Racial do Brasil, Luiza assume um novo desafio, sem perder o olhar do movimento social
por Maurício Pestana - Revista Raça Brasil


A senhora é gaúcha e reside faz muitos anos na Bahia, com vasta experiência em estudar a questão racial no Brasil e no mundo. Em que a Bahia difere, e o que tem em comum no âmbito da questão racial com outros lugares?
A grande diferença na Bahia é o peso da população negra dentro da população total do estado. Algo que não é apenas numérico, mas que também influencia. Toda a cultura baiana bebe fundamentalmente da contribuição das culturas de matriz africana que vieram para o Brasil e para a Bahia. Essa é a grande diferença, pois também faz existir na Bahia uma minoria branca muito mais coesa do seu lugar, dos seus espaços de poder. Portanto, as consequências ou os efeitos do racismo sobre a população negra na Bahia tende a ser um pouco mais pronunciados do que em outros Estados.
Eu não estou querendo dizer que exista um racismo na Bahia que seja pior do que em outros lugares, e sim que determinadas condições históricas e culturais produzem racismos que são diferenciados. Não é à toa que causa muito espanto para muitas pessoas o fato de Salvador só ter tido até hoje um único prefeito negro, a cidade que é o centro da influência negra no estado. É como se, de certa forma, os negros da Bahia tivessem sido colocados no lugar de provedores e mantenedores de uma cultura diferenciada , mas que não necessariamente essa força possa ser traduzida em outros espaços da vida social.
O quadro tem mudado nos últimos anos e a tendência é mudar cada vez mais, a partir do trabalho dos movimentos negros, quando estes oferecem uma consciência crescente de que esse espaço e essa influência que se tem no núcleo que se chama baianidade precisa ser refletida em outros espaços, em outros lugares, inclusive na política, no comando da cidade e do centro.
A senhora milita há muitos anos na questão racial. Qual diferença em atuar como militante na questão racial e ser secretária do Estado, quais os principais embates?
Em primeiro lugar eu sempre digo uma coisa: o Movimento Negro Unificado (MNU) mantinha na sua carta de princípios algo que ,para mim, continua valendo: o dever do militante é combater o racismo onde quer que ele se faça presente. Então, tanto faz estar no movimento social quanto na estrutura do Estado, pois o combate permanece como tarefa principal. O que muda, e bastante, é a forma de fazer as coisas, pois o Estado é todo regulado. Existem normas e regras para absolutamente tudo o que se queira fazer, e é preciso que todas as iniciativas que nós temos se submetam a elas. Nesse sentido, torna a nossa atuação menos livre, por assim dizer, pois não tem como propor e fazer coisas que estejam fora daquilo que o projeto político do governo coloca.
Mas não existe conflito entre ser governo e movimento social?
Absolutamente, não existe conflito entre ser militante e gestora à medida que se reconheça as diferenças entre esses dois espaços. Permanece como gestora o compromisso com os direitos do povo negro, permanece como gestora o compromisso no combate ao racismo, mas entre a atuação no movimento social e a atuação do governo o que acontece é uma tradução. Nós traduzimos no governo aquilo que os movimentos sociais propõem. Mas essa tradução, como se sabe, nunca é literal. Existem diferenças do ponto de vista do sentido, existem adaptações que precisam ser feitas para que aquela agenda seja entendida nos termos que o Estado opera. Eu sempre coloco como exemplo que o movimento social negro colocou muito explicitamente a questão do combate ao racismo. No Estado, entretanto, nós trabalhamos com a noção de promoção da igualdade, o que não é necessariamente a mesma coisa, porque em muitos sentidos é possível promover a igualdade entre brancos e negros sem que o racismo seja removido.
Dê um exemplo.
Os Estados Unidos. Não há dúvida que, ao longo dos anos, uma parcela significativa da população afroamericana conseguiu uma inserção digna na sociedade de lá, sem que o racismo tenha acabado. Existe, portanto, essa oportunidade de se reconhecer direitos, sem que a opinião média das pessoas brancas a respeito dos negros mude fundamentalmente. É um jogo bastante complexo, mas é preciso estar muito consciente dele para que não se frustre a nossa participação dentro do Estado com expectativas que, em determinados momentos, não podem ser atendidas.
Quilombo, religião de matriz africana, juventude, segurança pública... Qual é a área mais delicada que o Estado tem que atuar na questão racial?
Todas as áreas apresentam algum nível de dificuldade. Das que você citou, considero as comunidades quilombolas. Nós tivemos uma facilidade relativamente maior de trabalhar essa questão na estrutura do Estado. No que se refere aos quilombos e se pensarmos no ponto de vista das diretrizes estratégicas da Bahia, as nossas ações relativas se inserem na diretriz da promoção do desenvolvimento com a inclusão social e, como existe uma população rural que clama e sempre clamou por uma inclusão mais efetiva aos programas sociais, de infraestrutura e de incentivo à produção, nós conseguimos, então, inserir as comunidades quilombolas dentro dessa outra agenda mais ampla. E os serviços e benefícios também chegam juntos. Existe sempre a possibilidade de emergirem conflitos de terra. Sempre há um fazendeiro disputando aquele espaço e isso é o que tem provocado uma lentidão maior nas possibilidades.
E as religiões de matrizes africana?
Aí a dificuldade é mais em função da novidade do tema. Especialmente no caso da Bahia, os terreiros de candomblé ou pelo menos alguns deles, sempre foram reconhecidos por quem estava no poder, mas eu acredito que naquele período o tipo de relação que se estabelecia era uma pouco respeitosa com essas religiões à medida que se davam em cima de uma relação de clientelismo. O que nós temos procurado fazer agora é eliminar esse viés clientelista dessas, em segundo lugar, evidenciar que a necessidade de se proteger direitos dos terreiros de candomblé é algo que se vincula à questão do racismo, ou seja, a intolerância religiosa é uma questão de racismo nesse caso, pois se trata de religiões que foram trazidas ao Brasil pelos negros. Em terceiro lugar estabelecer um tipo de relação em que não haja interferência do Estado naquilo que exista de sagrado.
No que se refere à questão da juventude e da segurança pública, aí sim temos uma dificuldade de natureza diferente das anteriores, porque não é voz corrente ou uma ideia completamente acentuada em nenhum governo, de que esses conflitos entre a comunidade negra e a polícia não tenham uma base de racismo na sua origem. Existe uma dificuldade muito grande de se compreender isso dessa forma, na verdade, existe uma permanente negação de que o racismo possa ser uma das causas principais do porquê os negros são abordados pela polícia de forma mais frequente nas ruas, do porquê os jovens negros são objeto de ações muitas vezes mais violenta da polícia. Esse é um campo que temos ainda um longo caminho para percorrer.
Sua geração chegou ao poder, principalmente com a Dilma. E, mesmo assim, nós negros não chegamos juntos. Nossa representação ainda não é representativa. Como a senhora analisa essa questão?
É muito difícil falar dessas relações entre negros e brancos sem colocar o racismo no meio. Eu nem sempre fico utilizando o racismo como uma espécie de bode expiatório, em absoluto. A verdade é que o movimento negro, ao longo das últimas décadas no Brasil, sempre atuou em um espaço que não foi totalmente absorvido como parte da política em geral que se fez pela democratização da sociedade brasileira.
Nós não fomos contados como parte desse esforço que a sociedade fez e ainda faz para que nós tenhamos um país efetivamente justo, onde as pessoas possam participar com seus talentos, contribuir com suas histórias e experiências. Então, não termos chegado ao poder, ao mesmo tempo em que a geração de militantes brancos chegou, é em parte explicado por isso. Nós fizemos parte de um espaço de atuação política sem que se fossem feitas ou produzidas alianças de maneira que pudéssemos ser vistos como parte da solução no Brasil e não como parte dos problemas. A maior parte do tempo da nossa militância foi gasta e investida no sentido de provar para outras pessoas a legitimidade da nossa luta.
"O movimento social negro colocou muito explicitamente a questão do combate ao racismo. No estado, entretanto, nós trabalhamos com noção de promoção da igualdade, O que não é necessariamente a mesma coisa porque em muitos sentidos é possível promover a igualdade entre brancos e negros sem que o racismo seja removido"
E quando a senhora acha que conseguimos isso?
Em 1988, naquele processo do centenário da abolição, em que eu considero que a questão racial ganhou debate público, efetivamente. Edson Cardoso escreveu um trabalho naquele período analisando a imprensa brasileira e os principais jornais do país. É muito importante observar como nos editoriais e nos artigos que saíram durante aquele ano, nós do movimento negro não éramos nomeados. Éramos referidos como alguns setores, alguns grupos, mas não se dizia que existia um movimento negro.
Então, esse não reconhecimento do movimento negro como interlocutor político válido no Brasil provoca esse déficit que ainda temos?
Acredito que sim, mas penso que a tendência é que essa invisibilidade diminua. Ao mesmo tempo em que coloco isso, reconheço outras coisas. Nós temos nos governos estaduais órgãos como a SEPROMI, na Bahia, o que denota o fato de que, nessas discussões de qual é o papel do governo e quais são as ações prioritárias, as nossas questões de um certo modo têm que entrar e são contempladas. Isso está expresso nos planos plurianuais de vários governos, algo impensável até pouco tempo atrás. Está presente no próprio debate do Governo Federal quando da criação da SEPPIR, não há dúvida com relação a isso. Agora, o que nós precisamos é potencializar todos esses espaços, o da SEPROMI inclusive, para que possamos nos debates das prioridades e nas decisões (às vezes, até quase diárias) que se tomam dentro do governo do Estado, que se leve em consideração algo que para nós é um princípio: o da promoção da igualdade.
Qual foi o seu principal desafio como secretária de Estado?
Esses são os primeiros quatro anos de existência da secretaria sem que nós tivéssemos um modelo a seguir. Porque ela foi, diferentemente de outros lugares e do próprio Governo Federal, criada para atender tanto a promoção da igualdade racial como as políticas para as mulheres. Então, juntar em um mesmo espaço essas duas agendas enormes é um desafio permanente. Especialmente no caso da Bahia, implica em fazer também outro tipo de esforço para quebrar certa tradição, pois quem trabalha com igualdade racial não fala da mulher negra e quem trata de políticas para as mulheres tampouco trata de mulher negra também.
Quando se fala nos negros, em geral, são sempre os homens, e quando se fala nas mulheres, em geral, são sempre as mulheres brancas. Então, esse esforço de falar em políticas e a necessidade de incluir as mulheres negras, de falar e fazer em questão da igualdade racial, inclui, necessariamente, mulheres, homens, negros, crianças... Foi extremamente desafiante. Outro aspecto que é muito pouco observado é que essas agendas novas que trazemos para o governo demandam um tipo de profissional que, geralmente, não existe dentro do governo ou existem em poucos números.
O que de mais importante e palpável para a população o órgão que a senhora dirige pode oferecer?
As pessoas ou os grupos para os quais as políticas públicas se dirigem não estabelecem departamentos na sua vida, suas necessidades em educação, em saúde ou trabalho. As pessoas vivem essas necessidades e essas demandas de uma forma conjugada, até porque a saúde que eu tenho vai determinar as minhas possibilidades como força de trabalho, vai determinar as minhas possibilidades como pessoa que estuda e quer ter acesso ao conhecimento. A minha inserção no mercado tem relação com o tipo de educação que eu tive e por aí vai. Do lado do governo, temos também que pensar nas dimensões da vida das pessoas como coisas interligadas, se quisermos que o resultado seja concreto na vida delas.