CAMPANHA DE RESTAURAÇÃO DA SEDE DO IPCN!

CAMPANHA DE RESTAURAÇÃO DA SEDE DO IPCN!
VOCÊ TAMBÉM PODE PARTICIPAR! Comunique sua doação pelo e-mail: ipcn_ipcn@yahoo.com.br - Clique na imagem acima e VISITE O BLOG DA RECUPERAÇÃO DO IPCN.


quinta-feira, 8 de abril de 2010

LUIZ GAMA, Patrono da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ

Autobiografia
Luiz Gama escreveu sua própria biografia, numa carta, para seu
amigo Lúcio de Mendonça, em 25 de julho de 1880, quando tinha 50 anos de idade.
Nasci na cidade São Salvador, capital da província da Bahia, em um sobrado da Rua do Bângala, há 21 de junho de 1830, pelas 7 horas da manhã, e fui batizado, 8 anos depois, na igreja matriz do Sacramento, da cidade de Itaparica.
Sou filho natural de uma negra, africana livre, da Costa Mina (Nagô de nação) de nome Luíza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã.
Dava-se ao comércio - era quitandeira, muito laboriosa. Era dotada de atividade. Em 1837 (eu tinha sete anos) depois da Revolução do Dr Sabino, na Bahia, foi ao Rio de Janeiro, e nunca mais voltou.
Procurei-a em 1847, em 1856 e 1861, na Corte, sem que a pudesse encontrar.
Meu pai era fidalgo e pertencia a uma das principais famílias da
Bahia, de origem portuguesa. Devo poupar à sua infeliz memória uma
injúria dolorosa, e o faço ocultando o seu nome.
Ele foi rico; e nesse tempo, muito extremoso para mim: criou-me em seus braços. Foi revolucionário em 1837. Esbanjou uma boa herança, obtida de uma tia em 1836; e reduzido à pobreza extrema, a 10 de novembro de 1840, vendeu-me, como seu escravo, a bordo do patacho "Saraiva".
Remetido para o Rio de Janeiro nesse mesmo navio, fui, com muitos outros, para a casa de um português de nome Vieira, à rua da Candelária, que recebia escravos da Bahia, à comissão.
Nesta casa, em dezembro de 1840, fui vendido ao negociante e contrabandista alferes Antônio Pereira Cardoso, comprou-me e com apenas 10 anos; a pé, fiz toda a viagem de Santos até Campinas.
Fui escolhido por muitos compradores, nesta cidade, em Jundiaí e Campinas; e, por todos repelidos, como se repelem coisas ruins, pelo simples fato de ser eu "baiano".
Repelido como "refugo", voltei para a casa do Sr. Cardoso, nesta cidade, à rua do Comércio nº 2, sobrado, perto da Igreja da Misericórdia. Aí aprendi a copeiro, a sapateiro, a lavar e a engomar
roupa e a costurar.
Em 1847, contava eu 17 anos, quando para casa do Sr. Cardoso veio morar, como hóspede, para estudar humanidades, o menino Antônio Rodrigues do Prado Júnior. Fizemos amizade íntima, de irmãos diletos, e ele começou a ensinar-me as primeiras letras.
Em 1848, sabendo eu ler e contar alguma coisa, e tendo obtido ardilosa e secretamente provas inconcussas de minha liberdade, retirei-me, fugindo, da casa do alferes Antônio Pereira Cardoso, que, aliás, votava-me a maior estima, e fui assentar praça. Servi até 1854, seis anos; cheguei a cabo de esquadra graduado, e tive baixa de serviço, depois de responder a conselho, por ato de suposta insubordinação, quando me tinha limitado a ameaçar um oficial insolente, que me havia
insultado e que soube conter-me.
Estive, então, preso por 39 dias. Durante o meu tempo de praça, nas horas vagas, fiz-me copista; escrevia para o escritório do escrivão, major Benedito Antônio Coelho Neto, que se tornou meu amigo; e, como amanuense, no gabinete do exmo. sr. conselheiro Francisco Maria de Sousa Furtado de Mendonça, que aqui exerceu altos cargos na administração, e que é catedrático da Faculdade de Direito, fui seu ordenança; por meu caráter, por minha atividade e por meu
comportamento, conquistei a sua estima e a sua proteção; e as boas lições de letras e de civismo, que conservo com orgulho.
Em 1856, depois de haver servido como escrivão perante diversas autoridades policiais, fui nomeado amanuense da Secretaria de Polícia, onde servi até 1868, época em que "por turbulento e sedicioso" fui demitido a “bem do serviço público”, pelos conservadores, que então
haviam subido ao poder.
A turbulência consistia em fazer eu parte do Partido Liberal; e, pela imprensa e pelas urnas, pugnar pela vitória de minhas e suas idéias; e promover processos em favor de pessoas livres criminosamente escravizadas; e auxiliar licitamente, na medida de meus esforços, alforrias de escravos, porque detesto o cativeiro e todos os senhores, principalmente os Reis.
Agora chego ao período em que, meu caro Lúcio, nos encontramos no "Ipiranga", à rua do Carmo, tu, como tipógrafo, eu como simples aprendiz-compositor, de onde saí para o foro e para a tribuna, onde ganho o pão para mim e para os meus, que são todos os pobres, todos os infelizes; e para os míseros escravos, que, em número superior a 500, tenho arrancado às garras do crime.
Obs: Foi ele que brandiu a célebre frase que afirmava “ aquele negro que mata alguém que deseja mantê-lo escravo, seja em qualquer circunstância, mata em legitima defesa”. Segundo Americo Palha, estas palavras foram proferidas de forma corajosa, da tribuna do Tribunal do
Júri.
Aqui termina a autobiografia de Luiz Gama, encaminhada a Lúcio de Mendonça, onde retrata seus fatos até 1868, apesar de ter escrito em 1880, não fazendo referencia a muitos outros fatos, que vou tentar retratar.
Luiz Gama, publicou em 1859 seu livro as “Primeiras Trovas Burlescas”.
Uma 2ª edição foi publicada em 1861 e uma 3ª, póstuma, em 1904.
Neste livro encontramos o poema "Quem sou eu?", com nome popular "Bodarrada", escrito em resposta ao apelido de "Bode" com que tentavam ridicularizá-lo. Tornou-se, o texto, precursor da crítica à ideologia racista do embranquecimento.
Poeta e intelectual politicamente engajado, merece registro o texto de seu poema “Quem sou eu ou A bodarrada”:
“Não tolero o magistrado
Que do brio descuidado
Vende a lei, trai a justiça
Faz a todos injustiça
Com rigor deprime o pobre
Presta abrigo ao rico, ao nobre...
Se sou negro ou sou bode
Pouco importa. O que isto pode?
Bode há em toda a casta
Pois que a espécie é muito vasta...
Há cinzentos, há rajados
Baias, pampas, malhados, Bodes negros, bodes brancos
E, sejamos muito francos,
Uns plebeus e outros nobres...

Luiz Gama fundou a imprensa humorística ilustrada em São Paulo, quando inaugurou o “Diabo Coxo”, em 17 de outubro de 1864, juntamente com Ângelo Agostini, resenha publicada até 24 de novembro de 1865.
Em 1866 fundou o semanário humorístico “Cabrião”, juntamente com Ângelo Agostini e Américo de Campos.
Colaborou em várias publicações “O Mequetrefe”, “O Coaraci”, o “O Ipiranga”, e em vários jornais da capital, dentre eles o “Correio Paulistano”, dirigido por seu companheiro Américo de Campos, bem como em 1875 escreveu artigos para o diário “A Província de São Paulo”,
predecessor do "O Estado de São Paulo”. Foi um dos oradores do Clube Radical Paulistano e o redator do seu órgão o “Radical Paulistano”.
Foi proprietário do histórico semanário político e satírico “O Polichinelo”, de 23 de abril a 31 de dezembro de 1876.
Considerado pelo poeta "menor" Manuel Bandeira (como este mesmo se considerava) o autor do "melhor poema satírico brasileiro", A Bodarrada, Luiz Gama se dedicou principalmente às sátiras política e de costumes, numa herança direta da sátira portuguesa.

Além da sátira, Luiz Gama também escreveu poemas líricos de inspiração romântica e foi o primeiro poeta brasileiro a escrever sobre a mulher negra, em sua dupla condição de desigualdade. Luiz Gama escrevia sobre si mesmo, sua condição social e a de seus amigos e família, os infortúnios do negro em sua época, a hipocrisia aristocrática, tornando-se um fiel herdeiro da sátira portuguesa e crítico contumaz de toda uma sociedade que marcou sua própria existência.
Com a crítica à corrupção dos políticos, à imoralidade do judiciário e à futilidade das mulheres apenas preocupadas com a moda, o autor comprou duas brigas com o poder (o que o manteve em condição quase sempre de pobreza): o combate à escravidão e a defesa dos ideais
republicanos.
Luiz Gama faleceu em 24 de Agosto de 1882, e o que era para ser um simples sepultamento transformou-se, segundo a descrição de Raul Pompéia, em “um ato público que celebrou a importância de Luiz Gama no movimento abolicionista brasileiro”.
A vida de Luiz Gama foi quase que integralmente dedicada à luta pela emancipação do povo negro, o que de imediato já mereceria um reconhecimento público, mas o que a historiografia e a história da literatura burguesa fizeram foi desprezar e ignorar a grande figura do revolucionário abolicionista e poeta, imagem que jamais poderia passar despercebida.

Depois de sua morte, os poemas de Luiz Gama foram reeditados algumas ezes, mas as edições pecavam pela inexatidão: troca de palavras, supressão de palavras, versos e estrofes.

Referências
www.sampa.art/biografias/luizgama
LOJA LUIZ GAMA

CARTA AO FILHO


Meu filho
Dize a tua mãe que a ela cabe o rigoroso dever de conservar-se honesta
e honrada; que não se atemorize da extrema pobreza que lego-lhe, porque a miséria é o mais brilhante apanágio da virtude.
Tu evitas a amizade e as relações dos grandes homens; eles são como o
oceano que se aproxima das costas para corroer os penedos Sê republicano, como o foi o Homem-Cristo. Faze-te artista; crê, porém, que o estudo é o melhor entretenimento, e o livro o melhor amigo.
Faze-te apóstolo do ensino, desde já. Combate com ardor o trono, a
indigência e a ignorância. Trabalha por ti e com esforço inquebrantável para que este país em que nascemos, sem rei e sem escravos, se chame – Estados Unidos do Brasil.
Sê cristão e filósofo; crê unicamente na autoridade da razão, e não te
alies jamais a seita alguma religiosa. Deus revela-se tão somente na
razão do homem, não existe em Igreja alguma do mundo.
Há dois livros cuja leitura recomendo-te: a Bíblia Sagrada e a Vida de
Jesus por Ernesto Renan.
Trabalha, e sê perseverante.
Lembra-te que escrevi estas linhas em momento supremo, sob a ameaça de assassinato. Tem compaixão de teus inimigos, como eu compadeço-me da sorte dos meus.
Teu pai Luiz Gama
Carta destinada a Benedicto Gracco Pinto da Gama (20-07-1859 a
20-04-1910), único filho que Luiz Gama teve com sua mulher Claudina
Fortunata Sampaio. Benedicto Gama, que cursou a Escola Militar, foi
major de artilharia do exército, e ocupou o posto de comandante do
corpo de Bombeiros de S.Paulo e foi iniciado, também, na Loja
"América". Seu filho faleceu em 20 de abril de 1910, tendo sido
enterrado num túmulo ao lado de seu pai, no Cemitério da Consolação.

Uma pequena contribuição a Comissão.
Luiz Gama, Patrono da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ

Muitos conhecem o poema "bodarrada" mas poucos leram "Carta ao filho".
Verton da Conceição.

_____________________________________________________________
Comissão de Igualdade Racial toma posse na OAB/RJ
Da redação da Tribuna do Advogado

31/03/2010 - Mantidas as tendências atuais, o Brasil levará 32 anos para igualar a renda dos trabalhadores negros e brancos. No ensino superior, entre os brancos maiores de 18 anos, 20% estão nas universidades, enquanto os negros são apenas 7,7%. E na sociedade, os jovens negros são os principais alvos da criminalidade violenta. Esse conjunto de dados, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi citado, dia 30, na cerimônia de posse da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ por seu presidente, Marcelo Dias, que defendeu políticas públicas específicas "para os historicamente excluídos, negros, indígenas e outros setores marginalizados".

"Chegamos a um patamar da luta anti-racista que não nos contentam mais as leis repressivas que não punem ninguém, com políticas universalistas que mantêm o fosso entre brancos e negros", disse Dias.

A Comissão terá, como primeira pauta de sua agenda, a discussão das cotas raciais como política afirmativa. Marcelo Dias acredita que um balizador para a questão será o posicionamento do Supremo Tribunal Federal na análise de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) do partido Democratas contra o critério das cotas raciais utilizado pela UnB para o ingresso de estudantes.

"Vamos promover palestras e seminários para levantar subsídios para que a OAB/RJ também se posicione neste tema fundamental para a juventude estudantil negra e a população negra de nosso país", afirmou Dias.

Ao saudar a nova comissão, o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, disse que a Ordem sempre foi de vanguarda e não poderia estar alheia à discussão das cotas raciais: "Somos uma entidade plural e, talvez, mais importante o posicionamento que iremos assumir, seja a própria abertura democrática do debate do tema. A Comissão terá todo o apoio da direção da OAB/RJ." Wadih expressou ainda o reconhecimento de que, "no nosso país, malgrado os avanços sociais e econômicos, ainda temos muito para caminhar para superarmos a desigualdade e o preconceito."

Também integraram a mesa da cerimônia de posse o subprocurador-geral de Justiça de Direitos Humanos, Leonardo Chaves; o ouvidor da Secretaria especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Humberto Adami, que representou o ministro Edson Santos; a presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ, Margarida Pressburger; o ouvidor da OAB/RJ, Álvaro Quintão; o subchefe da Polícia Civil fluminense, Carlos Oliveira; o coordenador de Políticas de Igualdade Racial do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Medeiros e o procurador do Ministério Público do Trabalho Wilson Roberto Prudente.

Compareceram ao evento, realizado no Plenário Carlos Maurício Martins Rodrigues, líderes do movimento negro, entidades de direitos humanos, representantes de partidos políticos e de sindicatos, políticos e estudantes.

Recebido de Marcelo Dias via e-mail

Poema de um Bombeiro

Anjo Decaído
LÁZARO LUIZ GOMES

O seu lar é a rua sua cama à calçada
sua escola é a vida criança abandonada
O seu pai você conhece?
Sua mãe onde está?
Você é a criança inocente que ninguém quer amar.

Criança carente destino cruel, anjo inocente distante do céu.
Ninguém lhe ajuda a ser mais feliz, a vida que leva você
Nunca quis.
Você parece rebelde na verdade não é, criança infeliz não
Sabe o que quer.

Não tem um brinquedo, nunca teve carinho, pássaro novo sem
Asas qual será seu ninho.
Irmãos você não tem, não tem com quem brincar amigos você não
Tem você não pode estudar

Criticam seu comportamento e tiram sua esperança
Pois para eles você é problema, já não é mais uma criança.
Você amadureceu verde, antes do tempo
Luta pela vida a procura de alimento
Sufoca a brincadeira, libera a maldade
Se prostitui e se droga pelos becos da cidade.


LÁZARO LUIZ GOMES é Bombeiro e exerce paralelamente a profissão de Barbeiro na Barbearia do Sr. Amorim
Rua dos Inválidos, 9-A - Centro do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Audiência Pública: A SAÚDE DA MULHER NEGRA

Sua presença é muito importante!
Clique na imagem para ampliá-la

domingo, 4 de abril de 2010

DESEMBARGADOR NEGRO

Dr. Paulo Sérgio Rangel do Nascimento,
Promotor de Justiça, Titular da 2ª Promotoria de Justiça Junto ao II Tribunal do Júri da Capital desde março de 1993, ele vai atuar na 3ª Câmara Criminal.

Dr. Paulo Rangel, emérito e brilhante jurista negro, é mestre em Ciências Penais pela Universidade Cândido Mendes e doutor em Direito pela UFPR. Autor de quatro livros: “Direito Processual Penal”, “Investigação Criminal Direta pelo MP: Visão Crítica”; “Tribunal do Júri: Visão Lingüística, Histórica, Social e Dogmática” e “Comentários Penais e Processuais Penais à Lei de Drogas”. Palestrante e incentivador desde 2006, do Seminário Fórum Criminal Racismo é Crime – Aplicabilidade da Lei Penal, promovido pelo Centro de Pesquisas Criminológicas do Rio de Janeiro – CEPERJ

A indicação, nomeação e posse do Dr. Paulo Rangel, primeiro promotor de justiça a ingressar na 2ª Instância da Justiça Fluminense, é um fato cuja importância marca a história jurídica e política do Tribunal de Justiça, do Rio do Ministério Público, além de representar uma significativa vitória política do povo afro descendente do Rio de Janeiro.

Na foto o Procurador Geral de Justiça Cláudio Soares Lopes,

o Governador Sérgio Cabral e o

Desembargador Paulo Rangel, no momento da posse, em 30.03.2010.

_______________________________

A solenidade de posse será realizada às 17 horas, do dia 05 de março de 2010 – 2ªfeira, no salão nobre do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Recebido de José dos Santos Oliveira - CEPERJ via e-mail.

sexta-feira, 26 de março de 2010

"Cota para Negros"

Recebido de Jorge Luís Rodrigues dos Santos,
via e-mail, para reflexão.

Extraido da Revista Época de 22.03.2010, pág.51

Clique na imagem acima para ampliá-la.



segunda-feira, 22 de março de 2010

Negros lutam por igualdade na TV

Especial:
Em pleno 2010, negros lutam por igualdade na TVImagem: Montagem Famosidades

Por RENATA FIORE
SÃO PAULO
- Fazer parte da história da televisão brasileira, que em 2010 completa 60 anos, não é tarefa fácil. Muitos aceitam o desafio de participar de reality shows, outros usam os mais diferentes artifícios para virar notícia e continuar na mídia. Mas há aqueles que realmente têm talento e enfrentam filas enormes em testes que duram o dia todo por uma pequena vaga na novela. Qualquer ator passa por esse tipo de situação.
Porém, quem é negro ainda tem ainda, infelizmente, um outro obstáculo. Invisível e dissimulado muitas vezes: o preconceito.
No domingo (21) é comemorado o Dia Mundial Contra a Discriminação Racial e, mesmo com tantas formas de entrar na telinha, para quem é negro as portas ainda não estão totalmente abertas.
Aliás, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE), pouco mais de 50% da população brasileira é negra. E, em pleno 2010, 122 anos depois da Lei Áurea, em um país cheio de misturas raciais, ainda há certo preconceito. “Infelizmente não atingimos um nível ideal de humanização da sociedade. Isso também se inclui quando falamos de mídia. O pior de tudo é que a consciência humanista ainda é um desafio. Isso significa avaliar os seres humanos como apenas uma raça, a raça humana, não importando a sua cor, etnia ou estilo de vida”, afirma o sociólogo Cristiano Bassa.
Que o preconceito existe todo mundo sabe. Mas, e no mundo dos famosos? Segundo José Armando Vanucci, crítico de TV, aos poucos, a televisão começa a quebrar alguns convencionalismos e a se aproximar da realidade do País. Tanto isso é verdade que hoje podemos ver duas protagonistas descendentes de negros em novelas. Camila Pitanga, em “Cama de Gato”, e Taís Araújo, em “Viver a Vida”.
Mas, como tudo que é bom tem alguma ressalva, Vanucci lembra: “Infelizmente, ainda é preciso valorizar a presença de duas negras em papéis de destaque. O ideal seria olhar apenas para o trabalho e não para a raça, porque pouco importa a cor da pele para um personagem. Helena e Rose são mulheres fortes, com histórias que podem ser vividas por brancas, orientais, negras ou ruivas”.

É fato: há alguns anos atrás ser negro e fazer parte de uma novela em papel de destaque era muito mais difícil do que hoje. A atriz Dhu Moraes, que recentemente viveu a empregada Dirce em “Caras e Bocas”, conta que houve, sem dúvida nenhuma, muitas mudanças. Mas ainda não é o bastante. “A dificuldade para conseguir bons personagens sempre houve, mas, de uns anos para cá, as portas têm se aberto mais, reflexo de que a mídia tem mudado”, disse.
Dhu também contou que, mesmo com toda essa abertura, em 2008, quando estreou a peça “Divina Elizeth” em São Paulo, aconteceu algo bem curioso. “Quando o espetáculo estreou no Rio de Janeiro, o elenco foi mudado e tivemos uma ruiva fazendo Elizeth Cardoso. Será que se a Sheron Menezes colocasse uma peruca loira se passaria por Marilyn Monroe?”, contestou.
Empregadas, motoristas e escravos
Quando se fala em negros vivendo personagens em novelas é fácil lembrar de empregadas domésticas, motoristas ou assaltantes. Será que essa realidade mudou? Para Zezé Motta, que está de volta à telinha na pele da escrava Virgínea, na reapresentação de “Sinhá Moça”, o problema não é viver esse tipo de papel e sim como ele é tratado pelo autor. “Antigamente os negros não tinham família nas novelas. Eu fiz muitas empregadas domésticas e não há problema algum em interpretá-las, mas antigamente esse tipo de personagem entrava mudo e saía calado”, revelou.
A atriz, que viveu sua primeira empregada na televisão em “Beto Rockfeller”, diz que percebe hoje uma melhor diversidade na distribuição dos papéis. “Já fui até empresária e dona de restaurante”, brincou, aos risos, e lembrou que nas tramas de Manoel Carlos e João Emanuel Carneiro os negros estão incluídos em um contexto, com família e amigos, o que antes era bem raro.
Mesmo sabendo de todas as mudanças, José Armando Vanucci é categórico ao afirmar que não houve tanto avanço com relação à discriminação. “Marginais ainda são interpretados por atores negros. Será que não há brancos entre os criminosos? É preciso quebrar esse preconceito, definitivamente”, disse.

Está virando lei
Muita gente não sabe, mas um projeto do Senador Paulo Paim, o “Estatuto Racial”, está sendo votado no Senado para se tornar lei. O documento exige, entre outras coisas, cotas para negros em novelas, publicidade e filmes. Outro projeto de lei, da deputada federal Nice Lobão, pede que 20% do elenco seja de negros. O assunto é polêmico e causa diversas opiniões.
Zezé Motta que, além de atriz, abraçou a luta pela discriminação racial e em 1984 fundou o Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), diz ser a favor desse tipo de lei. “No Cidan temos 500 atores negros cadastrados e quantos estão nas novelas hoje? Ser artista no Brasil é difícil para todo mundo e eu sei que é questão de talento, mas podemos fazer mais parte do que fazemos hoje”, afirmou.
O Famosidades entrou em contato com o SBT, Record e Globo para saber se, mesmo informalmente, as emissoras já adotaram a possível legislação.
O SBT revelou que já tem o sistema de cotas, mas não fala sobre porcentagem. Já a Record afirmou ter negros trabalhando na casa, mas não segue nenhum tipo de cota porque a lei ainda não foi aprovada. Em comunicado oficial, a TV Globo respondeu: “Não segmentamos nem o elenco e nem o público por etnia, classe social, sexo nem religião”.
Há muito que ser feito
A discussão sobre negros na televisão é longa e necessária. O sociólogo Cristiano Bassa se afirma otimista com relação aos avanços que foram conquistados. “Aos poucos os negros têm tomado seus espaços na sociedade e com isso o quadro de discriminação tende a ser reduzido”, disse.
E qual será o próximo avanço sobre o assunto? Zezé deu uma dica: “O desafio agora é a igualdade de salários. A atriz branca ganha menos que o ator branco e o ator negro ganha menos ainda. A mulher negra, então, nem se fala. Nossa luta agora é pelo reconhecimento e pelo respeito ao salário igual para todos”, finalizou.

Acompanhe o Famosidades no Twitter: http://twitter.com/Famosidades

sábado, 20 de março de 2010

NOSSO ROMÃO FAZ CIRURGIA (quarta-feira - 24.03.2010)

Marcos Romão - guerreiro no Rio de Janeiro, contra o racismo, atuante do IPCN e fundador do SOS Racismo, que há alguns anos vive na Alemanha, mas cuja luta anti-racista permanece.
O Romão está doente, tendo se submetido a terapias e, agora, vai fazer uma cirurgia. Você pode ver um pouco de sua conversa com amigos/as abaixo.



Romão tem passado por situação financeira meio "assim assim"
e, agora, com todos esses procedimentos, precisa de nossa
cooperação.

O motivo pelo qual eu Ana e Memorial Lélia Gonzalez entramos
em contato é porque, ultimamente, temos visto nossos Antigos
precisando de atenção médica e tendo de se servirem de
hospitais públicos e, algumas vezes, ajuda de amigos/as
para continuarem.

Não podemos perder nossas lideranças, por falta de alguma
condição. Aliás, ao que tudo indica, foi por falta de alguma
condição que nosso amigo, também Antigo, poeta, intelectual e
ativista, Roberto Delanne terminou... Mas esta é outra história...
que é a mesma história... a história de nós que temos, por esta
ou aquela razão, esquecido de Nossa Gente.

Se puder cooperar para algum alento de Romão, considerando,
inclusive, que neste momento, a cooperação financeira (com
qualquer quantia) é também alento de nossa ATENÇÃO...

Se puder cooperar:
João Marcos Aurore Romão
CPF: 209382927-49
Banco do Brasil: 001
Agencia: 4459-8
Conta Corrente: 5925-0

__________________________________________________

Adiante uma parte da conversa de Romão com amigos/as:

Em 14 Mar 2010
De: romao@gmx.de
Assunto: NOTÍCIAS Romão

... como dizia a Betinha (Beatriz Nascimento), contador de
história fica pra semente. Mas por segurança, já comprei um
cartão de internet "conexão celestial", que estavam vendendo
para iniciados do candomblé aqui na Feira Mundial de Alta
Tecnologia e Umbanda Alemã.

De jeito, que só confirmem que eu estou morto se receberem
notícias minhas diretas e com o "Verisign" da MicroGot",
fundada por mim e com o apoio do arcanjo
Ras Adauto, depois de conseguirmos apoio do falecido Obama
e da turma do "nós podíamos se quiséramos".

Vou indo, ou melhor, ficando e opero dia 24/3, como diz minha
irmã, dia de nossa senhora.

Aguentei bem os raios atômicos e as bombas químicas, pois
tenho a resistência cavalar de nossa geração acostumada a
"tetrex" pra dor de cabeça e respirar "flit" pra matar mosquito
durante a noite toda. Os radicais do câncer gritavam que nem
as baratinhas ao escutarem a palavra Raid.

E faço um apelo a você, para angariar uns fundinhos para mim
e mandar pelo Ras Adauto que estará semana que vem, com
você aí no Rio. Pois acostumado que estou a fazer campanhas
pros outros, esqueço de mim.

... mandaram uma grana através de minha irmã Rosane, estes
dois últimos meses. Foi um alívio para fazer o tratamento de
forma relaxada. Preciso segurar mais dois meses e depois vejo
como é que fica.

Meia dúzia de 3 ou 100 pessoas ajudando com uma merrecas,
dá uma "merrecona", e apesar de não ser Obama, sei que isso
funciona.

Meu humor tá mais mortífero do que nunca.
Asé
Romão


*O cartazete foi enviado por Luiz Carlos Gá via e-mail.
CLIQUE NA IMAGEM ACIMA PARA AMPLIÁ-LA
______________________________________________

Recebido de Ana Felippe por e-mail

sexta-feira, 19 de março de 2010

Globo se recusa a publicar anúncio Pró-Cotas

Mariana Martins - Observatório do Direito à Comunicação
16.03.2010


A negativa do jornal O Globo, no início do mês, em publicar uma peça publicitária da Campanha Afirme-se em defesa das ações afirmativas relacionadas à questão racial recoloca de forma explícita um importante debate acerca do direito à comunicação. O episódio estabelece uma situação de fato em que liberdade de expressão é confundida com liberdade comercial das empresas privadas de comunicação. A publicação, mais antigo veículo do maior grupo de comunicação do país, alega possuir uma política comercial específica para o que chama “peças de opinião” e, por esta razão, teria mais que decuplicado o valor a ser cobrado pela veiculação do anúncio ao tomar conhecimento de que se tratava de uma campanha pró cotas.

O pesquisador sênior da Universidade de Brasília Venício A. de Lima diz que este é um caso que merece ser observado a partir das diferenças entre liberdade de imprensa e liberdade de expressão. A primeira, na opinião do professor, está relacionada à proteção dos interesses daqueles responsáveis pelos veículos de comunicação e não deve ser confundida com a segunda, que é um direito humano e, no Brasil, constitucionalmente positivado. Lima pondera que a liberdade de expressão, no atual contexto das práticas de comunicação, depende da inserção de opiniões diversas nos grandes veículos de massa. Estes, portanto, precisariam refletir não só a opinião dos seus donos.

No caso da não publicação do anúncio da Afirme-se, o que está colocado é, justamente, a utilização de uma política comercial, justificada supostamente pelo princípio da liberdade de imprensa, para restringir o direito da campanha publicizar sua opinião a favor das ações afirmativas e o direito dos cidadãos de receberem informação sobre o tema desde uma perspectiva diversa da dos veículos das Organizações Globo. Segundo Lima, na página de O Globo na internet, o jornal apresenta a tabela de preços comerciais e nela está escrito que a empresa cobra de 30% a 70% a mais em anúncios de conteúdo opinativo. Contudo, no caso em questão, o valor variou em aproximadamente 1300%.

Curiosamente, a tentativa da Campanha Afirme-se publicar o anúncio está intimamente relacionada ao fato de os grupos a favor das ações afirmativas perceberem que não conseguiam espaço editorial, ou seja, na cobertura jornalística regular para apresentar seu ponto de vista. Assim, por ocasião da audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) que discutiria entre os dias 3, 4 e 5 de março duas ações de inconstitucionalida de movidas contra a criação de cotas nas universidades públicas para descendentes de negros e indígenas, a campanha resolveu fazer intervenções publicitárias em jornais de grande circulação nacional em defesa da constitucionalidade das leis que estão em vigor.

A intervenção publicitária produzida pela agência Propeg, que também é parceira da campanha, contava basicamente com três produtos: um manifesto ilustrado que seria publicado em jornais considerados formadores de opinião pelos organizadores da Afirme-se, um spot de rádio e um uma vinheta, que estão disponíveis no blog da campanha. De acordo com Fernando Conceição, um dos coordenadores da Afirme-se, as doações das entidades que fazem parte da campanha e a captação de recursos com outras organizações foram suficientes para pagar a publicação do manifesto em quatro jornais de grande circulação – O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, A Tarde (BA) e O Globo (RJ). “Nós resolvemos comprar especificamente nesses veículos porque eles já vêm fazendo campanhas sistemáticas contra as cotas há tempos. Como nós temos outra visão e não encontramos lugar livremente para expor um outro ponto de vista, resolvemos comprar o espaço”, explica Conceição.

Como é de praxe nas campanhas publicitárias, a agência responsável passou a negociar o preço do anúncio de uma página inteira a ser publicado no dia 3 de março com os veículos selecionados. Por se tratarem de anúncios ligados a Organizações Não Governamentais, os preços acordados ficaram em torno de R$ 50 mil. O valor exato negociado com O Globo foi orçado em R$ 54.163,20.

Valor impraticável

Fechados os valores, a agência enviou a arte ao jornais. Dois dias antes da campanha ser publicada, a coordenação da campanha Afirme-se foi comunicada pela agência Propeg que o anúncio havia sido submetido à direção editorial de O Globo e que os responsáveis julgaram que a peça era “expressão de opinião”. O jornal dizia que, sendo assim, o valor deixava de ser negociado anteriormente e passava para R$ 712.608,00. “Um valor irreal, impraticável até para anuncio de multinacional”, queixa-se o coordenador da campanha.

Procurado pela equipe do Observatório do Direito à Comunicação, o jornal O Globo não respondeu aos pedidos de entrevista. No entanto, o diretor comercial da publicação, Mario Rigon, concedeu entrevista ao portal Comunique-se ao qual disse que considerou a peça da campanha como “expressão de opinião” e diante disso, “seguiu a política da empresa, que determina um valor superior para esse tipo de anúncio”. “De fato vimos que se tratava de uma expressão de opinião, mas não nos cabe julgar o mérito da causa. É a nossa política comercial, tratamos assim qualquer anunciante que queira expressar sua opinião”, disse Rigon ao portal.

Este Observatório também buscou consultar o Conselho de Auto-regulamentação Publicitária (Conar). Por intermédio da assessoria de imprensa, o conselho adiantou que não tem posição sobre o caso, visto que foge do escopo da entidade se posicionar sobre a política comercial dos veículos. “Nós não nos posicionamos sobre regulação de mídia exterior, atuamos exclusivamente sobre o conteúdo das mensagens publicitárias”, disse Eduardo Correia, assessor de Imprensa do Conar. O assessor falou ainda que a entidade precisa ser provocada por processos para se posicionar sobre o conteúdo de uma peça e que nas questões de política comercial das empresas eles não devem opinar.

Ainda analisando o caso, o pesquisador Venício Lima lembra que, diante da falta de regulamentação da mídia no Brasil, as empresas privadas, na maioria das vezes, podem agir como bem entendem e praticar os preços que lhes convêm. Lima acredita ainda que seja provável que O Globo esteja, a partir da lógica comercial, protegido legalmente para fazer esse tipo de cobrança, o que é apenas “um lado da moeda”.

É fato que a liberdade comercial baseia-se na lógica de que as normas podem ser estabelecidas pelas próprias empresas e que, portanto, podem causar distorções quando estas se cruzam com questões editoriais. No caso em questão, fica evidente a falta de transparência quanto aos critérios adotados por O Globo para considerar o anúncio como conteúdo opinativo e aplicar um valor diferenciado. Os outros três jornais que publicaram a peça publicitária não tiveram a mesma compreensão e a tabela aplicada foi a de anúncio publicitário comum.

A Afirme-se move uma ação contra O Globo no Ministério Público do Rio de Janeiro por conta do episódio. A campanha pede que, com base no que diz a Constituição Federal com relação à liberdade de expressão, o jornal seja obrigado a publicar o anúncio por um valor simbólico.

Fernando Conceição defende que a atitude de O Globo foi claramente de abuso de poder econômico e que se configura como dumping, prática condenada pelo próprio mercado. “Foi uma maneira que a direção de O Globo encontrou para cercear o direito constitucional que é a liberdade de expressão por meio do abuso do poder econômico”, denuncia Conceição.

Anticotas

Pesa ainda contra as Organizações Globo como um todo uma constante militância contra as ações afirmativas relativas à questão racial, dentre elas as políticas de cotas para negras e negros nas universidades públicas. Esta militância é liderada inclusive pelo atual diretor da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel. Kamel é autor do livro “Não somos racistas: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor”, que nega a existência do racismo e, portanto, da necessidade de políticas reparadoras.

Pesquisa do Observatório Brasileiro de Mídia, citada por Venicio Lima, revela que grandes revistas e jornais brasileiros apresentam posicionamento contrário aos principais pontos da agenda de interesse da população afrodescendente – ações afirmativas, cotas, Estatuto da Igualdade Racial e demarcação de terras quilombolas. A pesquisa analisou 972 matérias publicadas nos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e O Globo, e 121 nas revistas semanais Veja, Época e Isto É – 1093 matérias, no total – ao longo de oito anos.

Lima chama a atenção para o fato de a cobertura de O Globo merecer um comentário à parte na pesquisa. Dentre os três jornais pesquisados, foi aquele que mais editoriais publicou sobre o tema, mantendo inalterados, ao longo dos anos, argumentos que se mostraram falaciosos, como o de que as cotas e ações afirmativas iriam promover racismo e de que os alunos cotistas iriam baixar o nível dos cursos.

Lembrando destes dados da pesquisa, Lima acredita que O Globo estabeleceu uma barreira comercial e que, do ponto de vista legal, eles podem estar cobertos pelos princípios da livre iniciativa. “Mas, esta conduta, tendo em vista o conteúdo que deixou de ser publicado, infringe o direito à informação. A questão que fica para o Ministério Público do Rio de Janeiro é legal. Cabe a eles encontrarem alguma forma jurídica de pensar o caso sob o ponto de vista do direito à informação. Para mim, essa postura deixa as Organizações Globo numa situação difícil para posteriormente falar de liberdade de expressão”, conclui o professor.

http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=6299

Recebido de Carlos Alberto Medeiros por e-mail

quarta-feira, 17 de março de 2010

O ESTADO DO RIO DE JANEIRO PRECISA DE VOCÊ COM URGÊNCIA!!!

É HOJE!!!
EM DEFESA DO RIO
17 DE MARÇO ÀS 15 HORAS
TODOS NA CANDELÁRIA
CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ASSINAR
http://www.assinepelorio.com.br/

segunda-feira, 8 de março de 2010

PARABÉNS!!! ÀS MULHERES DO MUNDO, pelos 100 ANOS DE CONQUISTAS!!!

08 de março:
DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Recebido por e-mail de Antonio Pinheiro

domingo, 7 de março de 2010

MÍRIAM LEITÃO: Destruir a obra


O GLOBO - 07/03/10

É a temporada. Tempo de sofismas e argumentos tortos. Tempo das mesmices repetidas com ares de descobertas recentes. Hora de escapar do debate sobre a questão racial brasileira.

Não precisava ser assim. Podia ser um tempo de avanços. Mas os que negam o racismo brasileiro preferem esse cerco à inteligência, ao óbvio, ao progresso.

Num ambiente negacionista, foi um alívio ouvir as explicações simples e diretas da secretária de Estado americana Hillary Clinton na Faculdade Zumbi dos Palmares, onde escolheu debater com estudantes. Hillary defendeu as ações afirmativas dizendo que, com elas, os EUA estão deixando para trás os vestígios da escravidão: — Temos feito um grande progresso com as ações afirmativas em aumentar as oportunidades na educação, no emprego para os afro-americanos. Elas são o reconhecimento de que as barreiras históricas criam um funil que impede o acesso do grupo discriminado a níveis superiores de educação.

É preciso alargar a entrada e deixar mais gente entrar. O talento é universal, mas as oportunidades, não. O acesso na universidade não é, no entanto, a garantia da graduação.

Hillary contou que, como professora de Direito, percebeu que muitos alunos que entraram por ação afirmativa tiveram dificuldades maiores pelas falhas da educação anterior. Ela se dedicou a esses alunos no sistema tutorial: — Simplesmente não podemos aceitar os estudantes na universidade para deixar que eles falhem. Eles têm que ser ajudados.

O sistema americano é diferente do nosso, mas discriminação é parecida em qualquer país do mundo. Ela barra com obstáculos sutis ou explícitos, negados ou assumidos, a ascensão de grupos discriminados por qualquer motivo, racismo, sexismo, ou outras intolerâncias.

Lá, eles não têm cotas, não têm vestibular; o sistema, como se sabe, é o de application, o de se candidatar a uma vaga apresentando suas credenciais escolares. Ao avaliar quem entra, as escolas dão pontuação maior a quem vem de um grupo discriminado.

Cada universidade tem um critério, um método e uma meta diferente, mas todas buscam um quadro de alunos com diversidade.

Os alunos com menos chance de estar lá têm preferência nas bolsas para as caríssimas universidades privadas americanas.

— Estou muito orgulhosa das conquistas dos últimos 50 anos do movimento dos direitos civis, pelos que lutaram como Martin Luther King e outros, mas não posso dizer que o meu país não tem racismo, não tem sexismo — disse a mulher que comanda a mais poderosa diplomacia do mundo e é chefiada por um negro, que preside o maior país do mundo. Ela não vê a sua ascensão, nem a do presidente Obama, como provas de que não há barreiras para negros e mulheres.

Essa sinceridade é encantadora porque é rara no Brasil.

Esse reconhecimento da existência do problema, e de que ele é vencido por ações concretas de políticas públicas e de empresas, dá esperança.

No Brasil, o esforço focado nos negros é chamado de discriminação. E os brancos pobres? Perguntam.

Eles estão também nas ações afirmativas, e nas cotas, mas o curioso é que só se lembre dos brancos pobres no momento em que se fala em alguma política favorável a pretos e pardos.

É temporada da coleção de argumentos velhos que reaparecem para evitar que o Brasil faça o que sugeriu Joaquim Nabuco, morto há 100 anos, em frase memorável: "Não basta acabar com a escravidão. É preciso destruir sua obra." Diante de qualquer proposta para reduzir as desigualdades raciais, principal obra da escravidão, aparece alguém para declamar: "Todos são iguais perante a lei." E são. Mas o tratamento diferenciado aos discriminados existe exatamente para igualar oportunidades e garantir o princípio constitucional.

O senador Demóstenes foi ao Supremo Tribunal Federal com um argumento extremado: o de que os escravos foram corresponsáveis pela escravidão. "Todos nós sabemos que a África subsaariana forneceu escravos para o mundo antigo, para a Europa.

Não deveriam ter chegado na condição de escravos, mas chegaram. Até o princípio do século XX, o escravo era o principal item de exportação da pauta econômica africana." Pela tese do senador, eles exportaram, o Brasil importou.

Simples. Aonde o crime? Tratava-se apenas de pauta de comércio exterior.

Por ele, o fato de ter havido escravos na África; conflitos entre tribos; tribos que capturavam outras para entregar aos traficantes, e tudo o mais, que sabemos, sobre a história africana, isenta de culpa os escravizadores.

Trazido a valor presente, se algumas mulheres são vítimas de violência dos maridos, isso autoriza todos a agredi-las. Ou se há no Brasil casos de trabalho escravo e degradante, isso permite aos outros povos que façam o mesmo conosco. Qual o crime? Se brasileiros levam outros brasileiros para áreas distantes e, com armas e falsas dívidas, os fazem trabalhar sem direitos, qualquer povo pode escravizar os brasileiros.

O senador Demóstenes é um famoso sem noção e com ele não vale a pena gastar munição e argumentos. Que ele fique com sua pobreza de espírito. O que me incomoda é a incapacidade reiterada que vejo em tantos brasileiros de se dar conta do crime hediondo, do genocídio que foi a escravidão brasileira.

Não creio que as ações afirmativas sejam o acerto com esse passado.

Não há acerto possível com um passado tão abjeto e repulsivo, mas feliz é a Nação que reconhece a marca dos erros em sua história e trabalha para construir um futuro novo. Feliz a Nação que tem, entre seus fundadores, um Joaquim Nabuco, que nos aconselha a destruir a obra da escravidão.

Acesse também:
http://arquivoetc.blogspot.com/2010/03/miriam-leitao-destruir-obra.html

sexta-feira, 5 de março de 2010

I Pré-conferência de Cultura Afro Brasileira 2010

e-mail do Delegado JORGE LUÍS RODRIGUES DOS SANTOS
Amigos(as):
Agradeço a todos vocês pela indicação feita, que possibilitou minha participação na Pré-conferência.
Pude fazer vários contatos interessantes e também dar uma contribuição que acho relevante. Participei da elaboração de 2 moções, encaminhadas e aprovadas pela plenária. Uma delas, partiu da proposição do "Hilton Cobra", que solicitava a participação dos delegados indicados para a CNC na Conferência, o que foi aprovado. Eu acrescentei nesta moção a solicitação de criação da Câmara Setorial de Cultura Afro-brasileira, que estará discutindo todos os temas de interesse da temática. Esta moção foi encaminhada ao Ministro da Cultura, Juca Ferreira.
Propus ainda, em uma segunda moção (também aprovada pela plenária), apoiado pelos delegados e convidados da região Sudeste ( Jeferson De, Tatiane Souza, Adriana Barbosa - SP), a criação de um "Fórum Nacional de Cultura Afro-brasileira", que reuniria todos os segmentos da temática e que teria um caráter propositivo, além de ser um espaço de articulação, mobilização e acompanhamento das ações relacionadas à cultura afro-brasileira, que recebeu o apoio institucional da Fundação Palmares.
Espero ter contribuído positivamente com a minha presença e intervenções, e com certeza, pude aproveitar para ampliar minhas relações e conhecimentos, o que agradeço a cada um de vocês, que me proporcionaram esta oportunidade.
Criei também um "Grupo Virtual", que estará sendo uma ferramenta de contato e divulgação, para todos os que estiveram participando da Pré Conferência. Como moderador, encaminhei um convite para vocês, de modo que possam também fazer parte e utilizar deste espaço.
MUITO OBRIGADO!!!!
AXÉ PARA TODOS!!!!!!!
Abraços.
Jorge Luís


Links de Notícias:
Pré-conferência escolhe delegados para conferência nacional e traça estratégias para cultura afro-brasileira
(26/02/2010 - 09:41) - http://www.palmares.gov.br/
http://www.palmares.gov.br/_temp/sites/000/2/imagens/noticias/fev10/mocao.pdf
http://www.palmares.gov.br/_temp/sites/000/2/imagens/noticias/fev10/eixos.pdf

JORGE LUÍS E HILTON COBRA foram orgulhosamente indicados pelo IPCN, para comporem a delegação na I Pré-conferência de Cultura Afro Brasileira 2010 e, como já era de esperar, deram conta do recado.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Racismo na Mídia - Textos e Contextos


CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS

Recebido por e-mail de Jorge Luís Rodrigues dos Santos (Delegado pelo Rio de Janeiro na Pré-Conferência Nacional de Cultura Afro-brasileira)

domingo, 31 de janeiro de 2010

EDIALEDA SALGADO DO NASCIMENTO

________________________________________________________
Missa de 7º dia
da Secretária Nacional do Movimento Negro do PDT,
Dra. Edialeda Salgado do Nascimento
1940 / 2010
dia 05 de Fevereiro de 2010(sexta-feira), as 09:00 horas
Local: Igreja de São Benedito dos Homens Pretos, na Rua Uruguaiana
(em frente à Rua do Rosário)
________________________________________________________



CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS

sábado, 23 de janeiro de 2010

Inscrição para a Pré-Conferência Nacional de Cultura Afro-Brasileira, vai até dia 31.01.2010

Os interessados em participar da Pré-Conferência Nacional de Cultura Afro-Brasileira, têm até o dia 31 de janeiro para se inscrever. A Pré-Conferência acontecerá nos dias 24 e 25 de fevereiro em Brasília e levará as propostas do setor para a II Conferência Nacional de Cultura (II CNC), que acontecerá entre os dias 11 e 14 de março, também na capital federal.

O objetivo do encontro é elencar as prioridades do setor e formular estratégias para as políticas públicas nacionais de forma a contribuir com a formulação de um Plano Nacional de Cultura Afrobrasileira. Para isso a Pré-Conferência vai eleger 15 delegados e 15 suplentes que representarão a cultura afro na plenária geral da II CNC, além de eleger a lista tríplice para representar o segmento no âmbito do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) para o exercício de 2010 / 2011.

Os candidatos a delegados podem ser artistas, produtores, conselheiros, gestores, investidores, militantes, pesquisadores e demais protagonistas da cultura afro-brasileira e as inscrições devem ser feitas através do Blog do CNPC - http://www.cultura.gov.br/cnpc

Além da inscrição os participantes devem enviar a documentação necessária para o endereço eletrônica do Conselho cnpc@cultura.gov.br ou para a sede, que fica na Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 3º Andar. Brasília-DF, CEP 70068-900
A seleção será feita por uma comissão de seleção composta por diretores da Palmares e representantes da comissão organizadora da II CNC. O resultado será divulgado no dia 8 de fevereiro.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:
Currículo - focando sua experiência em cultura afro-brasileira;Declarações de apoio de pessoas jurídicas de direito privado com atuação em cultura afro-brasileira.Material publicitário ou institucional - cópias de reportagens impressas ou audiovisuais, quaisquer deles fazendo a devida menção aos representantes ou indivíduos que subscreverem a lista, na qualidade de agentes afins à cultura afro-brasileira, acompanhados de cópias dos documentos de identificação. Relação com 3 (três) propostas de diretrizes para desenvolvimento da cultura afro-brasileira.

CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA SELEÇÃO

CRITÉRIOS PONTUAÇÃO
Número de instituições em cultura afro-brasileira que subscrevem a indicação do postulante (não cumulativo)
de 3 a 5
5 pontos
de 3 a 5
5 pontos
de 6 a 8
10 pontos

Experiência em Comissões, Fóruns e Conselhos em cultura afro-brasileira.
de 3 a 5
5 pontos
de 6 a 8
10 pontos
mais de 8
15 pontos

Atuação em cultura afro-brasileira
de 2 a 4 anos
5 pontos
de 4 a 6 anos
10 pontos
mais de 6 anos
15 pontos

Atuação em redes sociais específicas (Manutenção de sites, blogs e/ou comunidades), produção e publicação de textos, artigos, ou trabalhos acadêmicos em cultura afro-brasileira. (Critério para desempate)
de 3 a 5
5 pontos
de 6 a 8
10 pontos
mais de 8
15 pontos

NÓS ESTAMOS INDICANDO Jorge Luís Rodrigues dos Santos PARA UMA VAGA DE DELEGADO, QUE PRETENDE ENCAMINHAR AS SEGUINTES PROPOSTAS:
1- Cursos de Formaçao de professores para a efetiva implementação da lei 11.645/2008 ;
2- Parcerias institucionais entre Educadores e agentes culturais atuantes em Cultura Africana e Afro-brasileira, desenvolvendo oficinas/palestras/eventos em espaços educacionais;
3- Desenvolvimento de pesquisas visando o resgate de manifestações, fatos e personagens de matriz negra/africana na Região Norte-Fluminense, propiciando a oferta de material de apoio aos profissionais da educação, na implementação da lei 11.645/2008.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

NEGRO OLHAR

OFICINA DE LEITURA DRAMATIZADA

Oficina gratuita
de 23 de janeiro a 27 de março
Encontros: sábados de 10 às 13 horas
Local: Ponto de Cultura ComCausa
Rua Ataíde Pimenta de Moraes, 37 - CENTRO de NOVA IGUAÇU
Próximo da estação de trem
Limite de apenas 20 vagas para os primeiros inscritos.


INSCRIÇÕES PELO e-mail:
tatianatiburcio@yahoo.com.br


Recebido de Luiz Carlos Gá, por e-mail.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SOLIDARIEDADE AO POVO DO HAITI

Chamamento ao Movimento Social Negro do Brasil e à Sociedade Civil Brasileira em Geral
Na última terça, 12 de janeiro, a República do Haiti - o mais africano dos países da chamada América Latina -, sofreu uma tragédia sem precedentes: um terremoto que atingiu grau sete na escala Richter, o mais forte em 200 anos, pulverizou a sua capital, Port-au-Prince, de três milhões de habitantes (equivalente a de Salvador, Bahia). O sismo destruiu grande parte da precária estrutura da mais pobre nação do continente, além de sua frágil economia.

Os números da tragédia assustam. Segundo Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, “cerca de um terço” da população do Haiti – pais com nove milhões de habitantes – “foi afetado pelo desastre”. Mas, as vítimas da tragédia - que já contabiliza mais de 100 mil mortos - podem ir “muito além dessa cifra”, indicou ontem o presidente do Haiti, René Préval. Informações da agência CNN chegam a apontar cerca de meio milhão de óbitos.

Comitês de solidariedade estão sendo formados em várias partes do mundo, em especial, nas regiões de maior concentração de afrodescendentes, pois a nação haitiana é a que mais representa a luta contra a opressão racial no mundo, tendo sido a primeira república fundada por ex-escravos, em 1804, após una intensa contenda militar de quinze anos. É necessário, portanto, que o movimento negro brasileiro e demais organizações da sociedade civil mobilize-se em solidariedade às vítimas naquele país.

Esse é o momento de manifestarmos nossa real solidariedade pan-africana e agirmos no sentido de ajudar a nação que ousou desafiar o poder colonial europeu e pagar, até hoje, um alto preço por aquele fato revolucionário e humanista inédito. Foram negros, em situação de escravidão, que com a força dos ancestrais, deixaram uma mensagem de luta para toda a diáspora. Neste momento milhares de haitianos estão desabrigados e, segundo a imprensa internacional, a ajuda humanitária chega à conta gotas.

Precisamos deixar nossas divergências políticas de lado por um instante e criar instâncias de discussão e, sobretudo ação, para reparar os danos.

Nós abaixo assinados convocamos, portanto, todas as organizações e indivíduos que queiram ajudar o povo haitiano à identificar e executar estratégias de solidariedade aos nossos irmãos e irmãs. O Brasil, maior nação negra do hemisfério, em números absolutos, precisa assumir a responsabilidade histórica de lutar pela verdadeira reconstrução haitiana, sobretudo, quando os holofotes da mídia não tiverem mais direcionados à tragédia no Haiti.

A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na sigla em francês), coordenada pelo governo brasileiro, tem sido criticada por observadores internacionais por sua inoperância e por parte da população haitiana que a consideram uma intervenção sub-imperialista.

É preciso, portanto, que pressionemos o Governo Federal que, desde 2004, mantém tropas no Haiti, para criar um fundo financeiro com recursos públicos e de doadores individuais, para que sejam enviados alimentos, roupas e materiais para socorrer a população daquele país.

A HISTÓRIA DO HAITI

O Haiti foi inicialmente chamado São Domingo pelos espanhóis que invadiram a região, no século XV dividindo a Ilha entre Haiti (no crioulo haitiano Ayiti) e a República Dominicana. Após essa divisão, a colonização foi estendida para toda a ilha, com a escravização de indígenas para a agricultura e cerâmica. A partir de 1520, as atividades econômicas da Espanha no Haiti começaram a declinar e, após um acordo diplomático, a ilha é transferida para o domínio francês que inaugurou um período de escravidão africana.

Em 1754, havia 465 mil escravizados, e a elite era composta por apenas 5 mil brancos; daí o estopim para uma série de insurreições anti-escravidão e uma brutal e permanente repressão na colônia. Mas, sob a liderança do líder revolucionário, Toussaint l'Ouverture - um escravo negro que aprendera a ler e adquirira certa cultura intelectual de maneira clandestina - é preparado o processo de independência por meio de uma longa contenda militar contra os exércitos da França sob ordens de Napoleão. Esse é o pesado legado histórico cujas conseqüências ficaram vigentes até os dias atuais.

L´Ouverture não viveria para ver a independência do seu País, pois foi capturado pelos franceses e levado para a França; morreu num cárcere como um criminoso qualquer. Apesar da morte de seu principal líder, o ideal da independência e da erradicação da escravidão já estava semeado nos corações dos ex-escravos.

Sob o comando do general Jean-Jacques Dessalines - um intrépido líder ex-escravo, cujas forças destruíram os melhores exércitos enviados pelo imperador Napoleão, os haitianos insurrectos expulsaram as tropas francesas e proclamam a independência, em 1 de janeiro de 1804. Com essa vitória o Haiti semeou a esperança do fim da escravidão em todo o continente americano, e deu um impulso impensável até então às lutas abolicionistas e de libertação nacional no hemisfério ocidental.

A reconstrução haitiana não será apenas uma conquista de uma ilha, mas da resistência por liberdade de toda nação negra na diáspora.

Clique AQUI, para assinar em SOLIDARIEDADE e EXIGIR que o Brasil assuma a responsabilidade histórica de lutar pela verdadeira reconstrução haitiana.


Instituto Mídia Étnica,
Memorial Lélia Gonzalez,
Instituto de Pesquisa das Culturas Negras - IPCN


Mais informações sobre o Haiti
http://www.correionago.ning.com/


SAIBA AINDA MAIS SOBRE...
Memorial Lélia Gonzalez Informa

CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO, PARA ACESSAR MAIS INFORMAÇÕES